O Sindicato dos Médicos da Zona Centro questionou hoje o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) se está assegurada a saúde e segurança no trabalho dos médicos de medicina interna que apresentaram escusa de responsabilidade na urgência.
Na quarta-feira, a Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Médicos revelou que cerca de duas dezenas de médicos especialistas em Medicina Interna do CHUC enviaram declaração de responsabilidade à Ordem dos Médicos face à escassez das equipas nas urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).
"A urgência da especialidade de Medicina Interna do polo HUC do CHUC está a funcionar com um número de especialistas manifestamente insuficiente em face da afluência registada", refere o SMZC, salientando que os médicos "têm trabalhado em condições particularmente penosas, com sobrecarga incomportável de trabalho, perante um quadro previsível de aumento exponencial de afluência que se avizinha com a gripe".
Em ofício enviado ao conselho de administração do CHUC, o sindicato questiona para "quando se prevê que a escala funcione com o número de especialistas de Medicina Interna recomendado".
"Está já elaborado e previsto o plano contingência para a gripe e que recursos vão ser alocados no serviço de urgência? Está já pedida a contratação de novos especialistas de Medicina Interna para o CHUC, considerando a aparente insuficiência de recursos para trabalho na urgência?", pergunta o SMZC.
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra confirmou na quinta-feira que 20 médicos especialistas em Medicina Interna enviaram a declaração de responsabilidade à Ordem dos Médicos perante a escassez das equipas nas urgências dos HUC.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o conselho de administração do centro hospitalar refere que o número de especialistas no serviço de urgência tem aumentado, sendo que "a composição atual prevista não é inferior à dos anos anteriores".
O CHUC referiu ainda que no período de maior afluência estão previstos seis especialistas para 568 urgências por dia no polo dos HUC e no Hospital Geral (Covões).
"No entanto, não podemos esquecer que a afluência no polo HUC é manifestamente superior à do Hospital Geral (cerca de 465 por dia)", remata o SMZC.