A Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) e a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa (FML) estão a promover um plano de ação com medidas para combater a peste suína africana.
Segundo um comunicado hoje divulgado, as duas entidades assinaram um protocolo de colaboração, “cujo foco é a procura da melhoria da eficiência das medidas de prevenção face à ameaça da peste suína africana”.
Esta colaboração irá acontecer em 2020 e “tem por base um plano de ação que preconiza quatro áreas-chave de intervenção”, lê-se na nota, que destaca que estas áreas estão concretizadas em duas linhas de ação.
“A primeira prevê o reforço da biossegurança nas explorações suinícolas, designadamente através da criação de um projeto de avaliação de biossegurança e do desenvolvimento de protocolos de validação de limpeza e desinfeção em toda a movimentação de suínos”, avançaram as duas entidades no comunicado.
A segunda linha de ação prevê “a intensificação de medidas de prevenção” face a esta doença e “é operacionalizada através do desenvolvimento de um modelo de avaliação de riscos e definição de medidas de minimização desses mesmos riscos, da definição e monitorização dos indicadores do plano de prevenção, e da transferência de conhecimento”, incluindo encontros e ações de formação, segundo a mesma informação.
O principal público destas ações serão “técnicos das explorações suinícolas, produtores e organizações de caçadores de caça maior”, que terão oportunidade de reforçar os seus conhecimentos acerca da epidemiologia, prevenção, controlo e o reforço da vigilância passiva da doença.
A FML irá ainda, ao abrigo deste protocolo, colaborar com a FPAS na realização de projetos e com assessoria técnica, sendo que as duas entidades pretendem avaliar o impacto da implementação da lei de saúde animal e promover “o uso responsável de antimicrobianos”.
Citado no comunicado, o vice-presidente da FPAS, David Neves, salientou que a entidade “tem vindo a realizar diversas ações de comunicação com os produtores acerca das medidas de prevenção” da peste suína africana.
“O tema preocupa-nos e consideramos que temos que continuar a fazer o nosso papel. Esta parceria com a academia é uma forma de irmos buscar conhecimento onde ele está e de termos uma base científica e rigorosa para suportar as nossas ações”, referiu o mesmo responsável, citado no comunicado.
O último foco de peste suína africana em Portugal foi em 15 de novembro de 1999.
O vírus existe em suínos domésticos e selvagens na União Europeia (UE), na Bélgica, Bulgária, Estónia, Eslováquia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Roménia e na Itália, na ilha da Sardenha.
Fora da UE, outros países foram afetados como a Ucrânia, a Moldávia e a Federação Russa (parte europeia) e a República da Sérvia, “com focos tanto em suínos domésticos como em selvagens”, de acordo com a nota.