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Covid-19: “Número de mortos em Portugal aumentou, mas não se concretizaram as projeções iniciais” – Especialista Forense

CANAL S+ / VD
12-05-2020 17:39h

A afirmação é do enfermeiro Albino Gomes, especialista em Medicina Intensiva e Forense que ao tomar conhecimento de algumas projeções avançadas por matemáticos sobre o número de vítimas da pandemia da COVID-19 decidiu investigar, até que ponto o país tinha registado 4000 mortos a mais, em relação ao mesmo período de 2019. 

Os números oficiais que constam do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO) são bem diferentes de qualquer projeção e apontam para uma realidade menos negra, como explica com o devido detalhe e rigor o enfermeiro Albino Gomes.

Se por um lado, é inegável que o vírus SARS-COV 2 é responsável pela morte de mais pessoas em Portugal este ano, sobretudo as que pertencem às faixas etárias mais avançadas, também é verdade que a taxa de mortalidade nacional  não sofreu o acréscimo que se chegou a mencionar, repetidas vezes, por matemáticos e académicos de várias áreas. Segundo o enfermeiro Albino Gomes, especialista forense, provavelmente as projeções iniciais não tiveram em conta os próprios mecanismos de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e de outras entidades de saúde pública, já para não falar da atitude geral da sociedade portuguesa que perante os alertas se confinou em casa seguindo as recomendações da Direção Geral da Saúde (DGS).

 

O especialista Forense e Intensivista, enfermeiro Albino Gomes, investigou ainda junto do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO) as causas de morte declaradas para estes primeiros meses de 2020 e, de seguida, comparou-os com os registados em 2019. Com as devidas exceções sociais e comportamentais, motivadas pela própria pandemia da COVID-19, a verdade é que na origem da mortalidade em Portugal mantêm-se causas bem conhecidas.

Há ainda um outro aspeto que surpreendeu o enfermeiro Albino Gomes nesta investigação, por conta própria, aos números e causas da mortalidade em Portugal e que se prende com o suicídio e os acidentes de trabalho. A pandemia da COVID-19 não fez diminuir o número de casos de forma abrupta, pelo contrário os números mantêm-se num patamar estável, adianta.

Os últimos dados oficiais da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicam que até ao dia de hoje morreram em Portugal 1163 pessoas vítimas da COVID-19, 27 mil 913 estão infetadas com o novo coronavírus e 3013 recuperaram.

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