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Covid-19: Senegal anuncia flexibilização de medidas do estado de emergência

LUSA
12-05-2020 12:23h

O Senegal inicia hoje um período de alívio das medidas restritivas adotadas para fazer face à pandemia de covid-19, com a reabertura dos locais de culto e uma redução do período de recolher obrigatório.

O alívio das medidas do estado de emergência, que vigora desde 23 de março, foi anunciado, na segunda-feira à noite, num discurso televisivo, pelo Presidente senegalês, Macky Sall.

"Decidi flexibilizar as condições do estado de emergência: a partir de terça-feira, 12 de maio de 2020, o recolher obrigatório será das 21:00 às 05:00 horas, em vez das 20:00 às 06:00 horas", disse o chefe de Estado senegalês.

Anunciada foi também a reabertura de locais de culto, principalmente das mesquitas, que estiveram fechadas para orações coletivas no mês do Ramadão, num país maioritariamente muçulmano, e igrejas cristãs.

Os mercados e lojas que estavam a abrir alguns dias por semana terão agora de fechar apenas um dia para limpeza, enquanto as restrições aos transportes públicos serão igualmente atenuadas.

As escolas serão reabertas em 02 de junho, mas apenas para os cerca de 551 mil alunos das classes de exame de um total de 3,5 milhões.

Macky Sall sublinhou a necessidade de "aprender a viver na presença do vírus", que, segundo disse, deverá continuar a circular no país até agosto ou setembro "na melhor das hipóteses", e de "adaptar os comportamentos" a esta nova realidade.

O Presidente anunciou também o levantamento da proibição de repatriar os corpos dos senegaleses que morreram no estrangeiro devido à covid-19.

Dezenas de corpos estão bloqueados há semanas, principalmente em França, mas também noutros locais da Europa e dos Estados Unidos.

Em resposta a um recurso das famílias dos falecidos, o Supremo Tribunal validou, na semana passada, a proibição motivada pelo risco de contágio durante a manipulação dos corpos.

O Senegal declarou oficialmente 1.886 infeções pelo novo coronavírus e 19 mortes desde que o primeiro caso foi anunciado em 02 de março.

As autoridades optaram por não impor o confinamento obrigatório num país onde a população vive do trabalho e comércio diário, mas foi decretado o fecho de fronteiras, proibidas as concentrações e as movimentações entre cidades e imposto o uso obrigatório de máscaras nos serviços públicos e privados.

O Governo "terá especial cuidado em assegurar que as pessoas que frequentam locais de culto", escolas, espaços públicos, mercados ou restaurantes "obedeçam estritamente a medidas de distanciamento físico e usem barreiras de proteção, incluindo o uso obrigatório de máscaras e a lavagem das mãos", disse Sall.

O número de mortos da covid-19 em África subiu hoje para os 2.336, com mais de 66 mil infetados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Na África Ocidental, onde se localiza o Senegal, há registo de 416 mortos e 19.566 infeções.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 283 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas.

Quase 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

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