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Covid-19: Autoridade de Saúde dos Açores excecionou de confinamento em hotel 5% dos passageiros

LUSA
12-05-2020 08:59h

O responsável da Autoridade de Saúde Regional dos Açores revelou hoje que 5% dos passageiros que chegaram à região tiveram autorização para fazer quarentena no seu domicílio, devido à covid-19, em vez de o fazerem num hotel.

“Todas essas causas de força maior são avaliadas e aferidas casuisticamente, sendo que poderemos englobá-las em motivos da área da saúde, do foro judicial, do foro laboral, sem esquecer alguns casos de vida ou morte, para tentar melhor clarificar, alguns pedidos de pessoas que pedem para ser excecionadas para poderem acompanhar o funeral de um familiar”, afirmou Tiago Lopes.

O responsável, que é também diretor regional da Saúde dos Açores, falava, em Angra do Heroísmo, no ponto de situação diário sobre a evolução do surto na região.

Desde o dia 26 de março que todos os passageiros que chegam aos Açores são obrigados a ficar 14 dias em confinamento numa unidade hoteleira indicada pelo executivo açoriano, como medida restritiva para travar a evolução da pandemia da covid-19, tendo as despesas com o alojamento passado a ser pagas pelos passageiros não residentes no arquipélago no dia 08 de maio.

No domingo foi registado um novo caso positivo de infeção pelo novo coronavírus na ilha de São Miguel, de um homem com histórico de viagem ao exterior, que se encontrava a fazer quarentena no seu domicílio.

Questionado sobre os motivos que levaram a que este caso fosse excecionado de confinamento numa unidade hoteleira, o responsável da Autoridade de Saúde Regional lembrou que a resolução do Conselho de Governo 77 de 27 de março já previa exceções em “caso de força maior”, acrescentando que as autorizações para que a quarentena seja feita em contexto domiciliário andam “à volta dos 5%”.

“São avaliados e aferidos casuisticamente, atendendo à situação epidemiológica do contexto de onde a pessoa está ou onde chega e faz esse pedido e, por outro lado, pelo motivo individual que suscita esse pedido”, frisou.

Desde que é obrigatório o confinamento em unidades hoteleiras nos Açores tinham já sido detetados três casos positivos nos testes de despiste de infeção pelo novo coronavírus efetuados no final desse período, na ilha de São Miguel.

Os contactos próximos deste quarto caso, registado em contexto domiciliário, foram já testados e “todos eles tiveram resultado negativo”, segundo Tiago Lopes.

Não foram registados hoje novos casos da covid-19 nos Açores e seis pessoas foram dadas como recuperadas, todas na ilha de São Miguel, incluindo duas utentes do lar da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste, com 84 e 91 anos.

Foi registado, no entanto, um óbito de um utente do lar do Nordeste, de 92 anos, que se encontrava internado no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, a 16.ª morte em doentes com covid-19 nos Açores.

Ao todo foram infetados no lar de idosos do Nordeste 12 funcionários e 38 utentes. Destes, 12 mantêm-se com resultado positivo, 14 já recuperaram e 12 morreram.

Estão ainda internados no Centro de Saúde do Nordeste outros 14 utentes do lar, que já foram testados várias vezes, tendo resultado negativo.

Desde o início do surto foram confirmados 145 casos da covid-19 nos Açores, 40 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 83 recuperações (53 em São Miguel, 11 na Terceira, sete no Pico, seis em São Jorge, três na Graciosa e três no Faial) e 16 mortes (em São Miguel).

A ilha de São Miguel é a que registou mais casos (107), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).

Atualmente há quatro ilhas sem casos ativos: Flores, Corvo e Santa Maria, que nunca registaram casos, e Terceira, em que todos os infetados já recuperaram.

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