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Covid-19: Deputadas do PS questionam Governo sobre impacto da pandemia na vida das mulheres

LUSA
11-05-2020 17:48h

Um conjunto de deputadas do PS questionou hoje as ministras da Presidência e do Trabalho sobre o impacto da covid-19 na vida das mulheres, solicitando dados desagregados por sexo relativos às medidas de apoio económicas e sociais.

Esta pergunta dirigida às ministras Mariana Vieira da Silva e Ana Mendes Godinho é subscrita pelas deputadas socialistas Elza Pais, Edite Estrela, Catarina Marcelino, Isabel Rodrigues, Alexandra Tavares Moura e Cristina Moreira.

As deputadas do PS pretendem saber se "existem dados desagregados por sexo relativamente aos trabalhadores abrangidos pelas medidas adotadas pelos Governo para reduzir o impacto social e económico da crise pandémica, nomeadamente trabalhadores/as em 'lay-off' em apoio para ficarem com os filhos e em teletrabalho".

Caso existam esses dados desagregados por sexo, as deputadas do PS solicitam então que a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social envie esses dados à Assembleia da República.

No entanto, se esses dados não existirem, este grupo de deputadas socialistas questiona se o Governo tenciona proceder a essa desagregação por sexo e quando o pretende fazer.

Para o efeito, as deputadas do PS citam o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que considerou que "os impactos sociais e económicos da crise nas mulheres são muito preocupantes". Uma conclusão que teve como base o relatório da ONU sobre "o impacto da covid-19 nas mulheres".

Nesse relatório, de acordo com as deputadas socialistas, refere-se que "a quebra nos empregos remunerados, o trabalho de assistência não remunerado, sobretudo a cargo das mulheres, aumentou exponencialmente em resultado do encerramento das escolas e do aumento das necessidades com a população idosa".

"O relatório mostra também que a pandemia pode aprofundar as desigualdades de género, com o aumento ou o silenciamento das situações de violência doméstica, sendo que muitas vítimas vivem agora em casa com o agressor com medo de pedir ajuda", advertem.

As deputadas do PS dizem "reconhecer o conjunto de medidas de apoio económico e social que, logo desde o início da pandemia, o Governo aprovou para proteger empregos, rendimentos das famílias e evitar a destruição das empresas".

Como exemplos positivos, apontam "o regime excecional de faltas justificadas para trabalho motivadas por assistência à família, o apoio excecional de trabalhadores pelo encerramento de escolas, os apoios à manutenção dos postos de trabalho em teletrabalho, assim como o apoio aos trabalhadores para ficarem com os filhos em casa e o regime de 'lay-off'".

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