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Covid-19: Países da UE deverão propor na OMS averiguação à origem da pandemia

LUSA
07-05-2020 17:45h

Os países da União Europeia deverão apresentar na assembleia anual da Organização Mundial da Saúde (OMS) uma resolução a propor uma averiguação à origem do novo coronavírus responsável pela pandemia de covid-19, revelou hoje o chefe da diplomacia europeia.

“Dia 18 é a assembleia da OMS, e os Estados da UE vão apresentar uma proposta para analisar como se produziu e como se gerou” o novo coronavírus, disse o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, numa videoconferência com jornalistas, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE.

O chefe da diplomacia ressalvou que o teor preciso da resolução ainda está em aberto e que, embora vários países da UE já tenham apoiado esta iniciativa, outros ainda não se pronunciaram.

Apontando que “alguns Governos já se pronunciaram a favor da abertura de uma investigação”, casos da Alemanha e da Suécia, e aguardando para “ver o que dizem os restantes”, Borrell afirmou-se pessoalmente convicto de que é “claro” que é necessário entender a origem do vírus, até para “ajudar a prevenir episódios como este” no futuro.

“Para mim é claro que necessitamos de dados mais sólidos e, quem sabe, uma entidade mais capaz de analisar situações de alerta como a que ocorreu […] Quanto mais informação científica válida seja possível obter sobre como [a pandemia] se produziu, mais nos ajudará a todos, e todo o mundo tem interesse em sabê-lo”, declarou, citado pela EFE.

Josep Borrell sublinhou em todo o caso que a Europa “não deve entrar no jogo de acusações mútuas entre China e Estados Unidos” sobre a origem do novo coronavírus, mas sim “ter uma atitude mais baseada em dados científicos e numa vontade de cooperação”.

A OMS inicia em 18 de maio próximo a sua assembleia anual, mas devido à pandemia de covid-19 esta celebrar-se-á por videoconferência, e não na sede europeia das Nações Unidas, em Genebra, como habitualmente.

O novo coronavírus que transmite a doença covid-19 foi detetado no final de dezembro em Wuhan, uma cidade no centro da China, mas desconhece-se com rigor a sua origem e de que modo foi transmitido aos humanos.

De acordo com um balanço da agência de notícias AFP, a nível global a pandemia já provocou mais de 263 mil mortos e infetou cerca de 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (73.431) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,2 milhões). Seguem-se o Reino Unido (30.076 mortos, mais de 201 mil casos) Itália (29.684 mortos, mais de 214 mil casos), Espanha (26.070 mortos, mais de 221 mil casos) e França (25.809 mortos, mais de 174 mil casos).

Por regiões, a Europa soma mais de 150 mil mortos (mais de 1,6 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 77 mil mortos (mais de 1,2 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 16 mil mortos (mais de 302 mil casos), Ásia 9.962 mortos (mais de 267 mil casos), Médio Oriente com 7.314 mortos (mais de 202 mil casos), África mais de 2.007 mortos (mais de 51 mil casos) e Oceânia 125 mortos (mais de 8.200 casos).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial, o que deverá levar este ano a uma contração económica sem precedentes.

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