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Enfermeiros suspendem greve até 16 de abril

LUSA
04-04-2019 15:02h

O Sindicato Democrático dos Enfermeiros vai manter a suspensão da greve até ao dia 16 de abril, admitindo desconvocar a paralisação se as negociações com o Governo continuarem a ser profícuas.

No final de mais uma reunião, na Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), com a comissão negociadora, que integra representantes dos ministérios da Saúde e das Finanças para negociar o acordo coletivo de trabalho dos enfermeiros, o presidente do Sindepor disse que a “reunião foi profícua” e que “está a haver um bom clima de entendimento”.

Nesse sentido, o Sindepor, que já tinha suspendido por três dias a greve convocada até ao dia 30 de abril, decidiu manter a suspensão até a 16 de abril, dia em que está marcada uma nova reunião com a comissão negociadora.

“Estando as negociações a decorrer normalmente como nós esperaríamos faria todo o sentido termos este gesto de boa vontade e de atitude como sempre tivemos de manter a greve suspensa na expectativa de continuarmos a ter boas e melhores negociações”, disse Carlos Ramalho aos jornalistas.

Questionado sobre o porquê destas suspensões faseadas, Carlos Ramalho disse que “a função dos sindicatos é negociar” e que o sindicato sempre teve “uma boa postura e uma atitude de boa-fé perante as negociações”.

Contudo, sublinhou, o sindicato continua a “não estar satisfeito em relação a outras matérias que não são passíveis de negociação nesta sede como são o descongelamento das progressões e a compensação pela penosidade e pelo desgaste da nossa profissão”.

Carlos Ramalho disse estar a aguardar “a todo o momento” que haja a possibilidade de continuar a negociação com o Ministério da Saúde em relação a estas matérias.

“Temos a expectativa de ainda voltar a negociar com o Ministério da Saúde, mas também continuaremos a negociar com a ACSS o Acordo Coletivo de Trabalho e vamos continuar a manter a greve suspensa e se necessário a partir de dia 16 anunciaremos a decisão em definitivo. Ou seja, a desconvocação da greve”, frisou.

O Sindepor já teve o seu “gesto de boa vontade e atitude” agora aguarda que da parte do “Ministério da saúde aconteça o mesmo”, disse, lembrando que ministra da Saúde e o primeiro-ministro têm anunciado publicamente que as negociações estarão sempre abertas e que há sempre a possibilidade do diálogo e é isso que o sindicato pretende.

Observou ainda que está a haver neste momento “uma injustiça”, aludindo que facto de nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores estar a haver neste momento negociações. “Já houve acordos e nós entendemos que a situação não deve ser diferente no continente”, defendeu Carlos Ramalho.

A greve agendada até ao final de abril decorre sob a forma de paralisação total do trabalho, “abrangendo todos os turnos que comportam as 24 horas dos dias anunciados de forma ininterrupta”, pode ler-se no pré-aviso publicado na imprensa e que refere que será assegurada a prestação “dos serviços mínimos indispensáveis para ocorrer à satisfação de ‘necessidades sociais impreteríveis'”.

O Sindepor, na justificação dos motivos da greve, exige ainda a revisão/restruturação da carreira, que o diploma legal seja aplicado a todas as instituições do setor público e “a todos os enfermeiros que nelas exercem, independentemente da tipologia do contrato”, entre outros pontos.

Em março, a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que o Governo tudo fará, dentro das suas limitações, “para responder àquilo que são as expectativas da profissão de enfermagem”, mas “sempre com a nota de que, em última instância”, há um “sistema complexo para gerir e que não se pode desequilibrar a favor da satisfação de uma reivindicação única ou da reivindicação de um grupo profissional único”.

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