Cabo Verde recebeu hoje 15 mil testes rápidos e vai começar esta semana a sua aplicação intensa em grupos específicos e de risco, disse o diretor nacional de Saúde do país, Artur Correia.
“Chegou ao país hoje cerca de 15 mil testes de um lote de 30 mil. Já temos uma oferta de 800 testes rápidos e nesta semana vamos estar em condições de começar a utilizar de forma mais intensa os testes rápidos”, afirmou hoje Artur Correia, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para fazer o ponto de situação da pandemia do novo coronavírus em Cabo Verde.
O diretor nacional de Saúde indicou que os 15 mil testes rápidos para pesquisa de anticorpos vão servir para fazer estudos, confirmar diagnósticos e linhas de investigação.
Também vão ser aplicados de forma mais intensa em grupos específicos e de risco, como os profissionais de saúde, condutores de viaturas Hiaces, pessoas com uma intensa atividade de atendimento, pessoas que se vão se deslocar de uma ilha com transmissão ativa para uma sem transmissão ativa e cidadãos em quarentena.
Artur Correia adiantou que Cabo Verde apresentou uma proposta ao Fundo Global e às Nações Unidas para aquisição de reagentes, que devem chegar ao país ainda este mês.
No concelho da Praia, na ilha de Santiago, o atual foco principal da doença, as autoridades de saúde estão a organizar um estudo de seroprevalência da covid-19 em alguns bairros problemáticos, para saber como a capital do país está em termos de circulação do novo coronavírus.
“Para podermos estar à frente e não atrás do vírus”, justificou Artur Correia, acrescentando que o país está a estudar a possibilidade de casos confirmados assintomáticos passarem a ter um isolamento domiciliário, em vez dos hospitais de campanha providenciados pelas autoridades.
“Se os casos vierem a aumentar, não há sistema de saúde que aguente”, alertou o responsável da saúde na conferência de imprensa, num dia em que o país teve mais 10 novos casos da doença, todos na cidade da Praia, que regista nos últimos dias um aumento.
Por outro lado, Artur Correia disse que a situação na ilha da Boa Vista está “mais ou menos controlada”, com o registo de mais de 30 casos recuperados nos últimos dias, de um total de 56 acumulados, desde 19 de março.
Cabo Verde regista um total de 175 casos acumulados de covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (116), Boa Vista (59) e São Vicente (03), com dois óbitos e 37 recuperados.
As ilhas de Santiago e da Boa Vista entraram no domingo no terceiro período do estado de emergência, em vigor até ao final do dia 14 de maio.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 249 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.800 nas últimas horas, com mais de 44 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (413 e uma morte), seguindo-se a Guiné Equatorial (315 e uma morte), Cabo Verde (175 e duas mortes), Moçambique (80), Angola (35 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe (161 casos e três mortos).