O partido PAN (Pessoas-Animais-Natureza) pediu hoje esclarecimentos à tutela da saúde nos Açores sobre os critérios no período pós-emergência de covid-19, nomeadamente ao nível da vigilância epidemiológica, alegando haver "questões inquietantes" que precisam de esclarecimento.
"Além das medidas gerais preventivas já anunciadas nos Açores, nomeadamente as mais generalistas como o distanciamento social, higiene das mãos e sobretudo o uso da máscara, que suscitou alguma polémica por não ter sido implementado à partida como medida obrigatória, há questões inquietantes que necessitam de ser esclarecidas ao nível da vigilância epidemiológica", sustenta o partido, em nota enviada à imprensa.
No texto, o PAN, que não tem assento no hemiciclo açoriano, solicita esclarecimentos à Secretaria Regional da Saúde sobre a forma como a tutela pretende monitorizar os portadores assintomáticos "capazes de desencadearem várias cadeias de transmissão ativas" da covid-19, ou seja, se o vai fazer "aplicando a metodologia de testes aleatórios ou testes rápidos de deteção (se vierem a ser aprovados) por amostragem estatística, para a população geral" ou "optando por testes em massa".
O PAN lembra que a região, "tal como o resto do país, vai entrar numa segunda fase de reabertura social e recuperação económica", pelo que pretende saber junto do Governo açoriano, do PS, "como vai monitorizar a taxa de pessoas residentes imunizados de maneira a prever o objetivo da imunidade de grupo ou comunitária".
O PAN quer saber se a Secretaria da Saúde açoriana vai disponibilizar dispositivos técnicos para realização rápida de exames de deteção/quantificação de anticorpos frente ao coronavírus nos hospitais e Unidades de Saúde de Ilha (USI).
"Como vai controlar e estabelecer os limites e os vários níveis de alerta, em função da variação do número de infetados e do número de novos, eventuais, doentes, de baixa, média e alta gravidade, seja para gestão racional de recursos, seja para reimplementação de medidas mais restritivas?", pergunta ainda o PAN.
Outra das questões levantadas pelo partido prende-se com esclarecimentos sobre o critério de testes que será seguido para "abordagem precoce de infetados", ou seja, "se será em massa ou pelo método de amostragem aleatória com extrapolação, pelo menos em determinadas populações-alvo", como grupos de risco, residentes de lares e profissionais de saúde, cuidadores informais, utentes hospitalares, docentes, educadores de infância e, "eventualmente, trabalhadores de grandes aglomerados laborais ou que lidam diretamente com o sector alimentar, de fornecimento de material hospitalar e da distribuição logística em geral".
Até ao momento, já foram detetados no arquipélago um total de 143 casos, verificando-se 53 recuperados, 14 óbitos e 76 casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19.
Destes, 58 são em São Miguel, dois na ilha Terceira, quatro na Graciosa, dois em São Jorge, cinco no Pico e cinco no Faial.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 247 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.063 pessoas das 25.524 confirmadas como infetadas, e há 1.712 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.