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Covid-19: Será que contactou com alguém infetado? Esta app tem a resposta

Canal S+ / TB
30-04-2020 23:23h

E se fosse possível o seu smartphone avisá-lo que pode ter estado em contacto com alguém infetado com o novo coronavírus? É precisamente isso que um grupo de investigadores do INESC TEC está prestes a tornar realidade, com uma app de rastreio que funciona de forma automática. Falámos com Rui Oliveira, administrador deste instituto, para conhecer melhor a monitorCovid19.pt.

Uma ferramenta auxiliar, não intrusiva ou para os profissionais de saúde, e que envolva os cidadãos de forma voluntária respeitando estritamente o seu direito à privacidade. Estes são os grandes objetivos da monitorCovid19.pt, uma app que parte de uma iniciativa de um grupo de investigadores do INESC TEC e que já foi apresentada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, estando a equipa neste momento em diálogo com as entidades de saúde para uma intervenção conjunta que é essencial para o sucesso deste projeto.

A monitorCovid19.pt surge para tentar ajudar o Serviço Nacional de Saúde a fazer o rastreio das pessoas infetadas com o novo coronavírus, numa fase particularmente sensível como é a reabertura da sociedade e da economia. E se as autoridades fazem aquilo que se designa por rastreio físico, esta proposta digital pretende chegar a mais cidadãos e alcançar resultados mais fiáveis invertendo o processo: aqui, são as pessoas a comunicar se estiveram perto de alguém infetado.

Cada cidadão terá no seu smartphone uma app que, periodicamente, enviará de forma automática dados codificados em números para outros dispositivos que encontre em seu redor. Significa isto na prática que cada utilizador vai recebendo informação dos dispositivos das pessoas com quem contacta, informação essa que fica guardada na app. A sua única finalidade é estar disponível para, em caso de confirmação da existência de uma infeção entre esses contactos, a app alertar o utilizador para que possa dirigir-se aos serviços de saúde.

De todos estes números que a app vai recolhendo, os únicos que saem dos smartphones dos utilizadores para serem armazenados num site público são aqueles referentes aos dispositivos de quem for entretanto clinicamente confirmado como COVID positivo. De acordo com Rui Oliveira, estes dados continuam a ser apenas números e nunca divulgam qualquer informação pessoal sobre os cidadãos em causa. Servem apenas para emitir um aviso aos utilizadores que, nos últimos 14 dias, estiveram em contacto com essas pessoas.

O papel das autoridades de saúde torna-se então essencial para que esta ferramenta possa cumprir a sua função. Para além da importância do selo de aprovação destas entidades a esta app e da necessidade da sua divulgação, é a validação médica dos dados que vai permitir confirmar com segurança aos utilizadores que estiveram perto de pessoas infetadas com COVID-19. A forma escolhida para fazer essa validação ainda está a ser discutida, mas Rui Oliveira aponta uma das possíveis soluções.

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