O Ministério da Saúde brasileiro informou hoje que cerca de 135 mil pessoas vivem com VIH (vírus da imunodeficiência humana) no país e não sabem, o que levou o Governo a lançar uma campanha de prevenção.
A Campanha de Prevenção contra o HIV e sida (síndrome da imunodeficiência adquirida) foi lançada hoje pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em Brasília, na celebração do Dia Mundial da Luta Contra a Sida, que se comemora em 01 de dezembro.
"O Brasil conseguiu evitar 2,5 mil mortes por sida entre os anos de 2014 e 2018. Nos últimos cinco anos, o número de mortes pela doença caiu 22,8%, de 12,5 mil em 2014 para 10,9 mil em 2018. Os dados são positivos, no entanto, o Ministério da Saúde acredita que 135 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e não sabem", alertou o ministério brasileiro.
Tal como tem acontecido nos últimos anos no país sul-americano, a infeção por VIH tem crescido mais entre os jovens, sendo que a maioria dos casos é registada na faixa etária de 20 a 34 anos, com 18,2 mil casos (57,5%).
Apenas no ano passado, 43,9 mil novos casos de VIH foram registados no Brasil.
"Uma das forças que move o ser humano é o medo. E ver ídolos morrerem trouxe impacto para a minha geração e temor em contrair a doença. Quando os primeiros casos foram identificados no Brasil e no mundo, não tínhamos o tratamento que temos hoje. Mas os jovens entre 20 e 34 anos não conhecem a cara do inimigo, não entendem que a doença mata", afirmou Luiz Henrique Mandetta.
O governante enfatizou a necessidade de “várias lutas contra o preconceito”, contra a doença, “para que jovens parem de se infectar com o VIH”.
“Precisamos trabalhar mecanismos de mobilização para conscientizar esse público e informar das consequências da doença, da necessidade de fazer o teste e procurar tratamento. É uma luta da ciência pela vida”, frisou.
Entre 2000 e 2019 foram notificadas, no Brasil, 125.144 grávidas infetadas com VIH e, segundo o ministério, o maior número de mulheres grávidas que possuem o vírus está entre jovens de 20 a 24 anos (27,8%).
No Brasil, a notificação para infeção pelo VIH passou a ser obrigatória em 2014, assim como o tratamento para todas as pessoas infetadas com o vírus, independente do comprometimento imunológico.
Segundo o Ministério da Saúde, essas medidas trouxeram mais acesso ao tratamento e um aumento de diagnósticos, o que resultou, nos últimos cinco anos, numa tendência de queda na taxa de sida.
Em relação a medidas práticas no combate à propagação do vírus, o executivo brasileiro prevê, até ao final do ano, distribuir 462 milhões de preservativos masculinos, o que representa um aumento de 38% em relação a 2018, quando foram distribuídos 333,7 milhões de unidades.
O número de preservativos femininos distribuídos pode chegar aos 7,3 milhões de unidades, um aumento de 351,5% em relação ao ano anterior (1,6 milhões).
Ainda até ao final do ano, o Governo tenciona concluir a entrega de 12,1 milhões de testes rápidos de VIH, fundamentais para o diagnóstico e futuro tratamento das pessoas infetadas.