O Presidente das Ilhas Comores, Azali Assoumani, anunciou hoje o primeiro caso oficial de covid-19 no arquipélago, que até à data era um dos poucos países africanos sem qualquer registo da pandemia.
“Hoje, 30 de abril 2020, o Governo declara o primeiro caso na União das Comores”, anunciou o Azali Assoumani num palácio presidencial.
Em causa está um homem de 50 anos, que vive nas Comores e que “esteve em contacto com um cidadão franco-comoriano que está no país desde 18 de março”, anunciou o chefe de Estado.
De acordo com o Presidente, o estado de saúde do doente está “a melhorar gradualmente”.
Nos últimos dias, a situação epidémica nas Comores tem sido alvo de uma controvérsia entre o arquipélago e França, após o prefeito de Mayotte, uma vizinha ilha francesa, e a antiga ministra Dominique Voynet terem anunciado relatos de um caso de covid-19 em solo comoriano, algo contestado por Moroni.
“Enquanto outros países que foram atingidos anteriormente se preparam para regressar à normalidade, o nosso país está a entrar numa fase crítica”, assinalou o chefe de Estado das Comores.
Azali Assoumani rejeitou, por enquanto, medidas de confinamento “porque a maioria da população vive do setor informal”.
“Não podemos, nesta fase da pandemia, adotar medidas que correm o risco de provocar uma tragédia social e económica”, defendeu.
De acordo com dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, o número de mortes provocadas pelo novo coronavírus em África é superior a 1.580, com quase 37 mil casos da doença registados no continente.
Com a oficialização do primeiro caso de covid-19 nas Comores, o reino do Lesoto e a República Sarauí são os únicos Estados-membros da União Africana sem qualquer registo oficial de infeções pelo novo coronavírus.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas.
Perto de 908 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.