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Covid-19: Hospital de São João contacta doentes para garantir que têm medicação em casa

LUSA
30-04-2020 19:01h

O Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, está a contactar doentes que habitualmente levantavam medicamentos nas farmácias de ambulatório para "garantir que ainda têm medicação", mas diz que a "quebra não é significativa".

Em declarações aos jornalistas hoje, após uma visita da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Farmacêuticos ao Hospital de São João, o diretor dos serviços farmacêuticos do CHUSJ, Pedro Soares, admitiu que "o recurso aos serviços de saúde no geral tem sofrido uma quebra", mas garantiu que no que diz respeito ao levantamento de medicação essa "quebra não é muito significativa".

"Temos feito essa análise. A quebra que detetamos [no levantamento de medicação na unidade de ambulatório] no último mês não é muito significativa. Estamos a analisar e a avaliar e entramos em contacto com os doentes no sentido de garantir que ainda têm medicação. Caso precisem, agimos de acordo. Não detetamos nenhuma situação, mas preocupa-nos e estamos a passar a mensagem de que é seguro vir ao hospital", disse Pedro Soares.

O diretor dos serviços farmacêuticos do CHUSJ disse que "a missão da farmácia de ambulatório prende-se com fornecimento de medicamentos maioritariamente para o tratamento de doenças crónicas", o que "num contexto de emergência nacional", a criação de "um circuito de medicamento" tornou-se "naturalmente ainda mais fundamental".

"Já cá estávamos antes da covid-19, mantemo-nos durante a covid e continuaremos depois da covid-19", sintetizou o diretor dos serviços farmacêuticos do CHUSJ.

Pedro Soares descreveu as medidas que foram implementadas devido à pandemia covid-19 de forma a "garantir todas as condições para que os doentes possam fazer o levantamento sem preocupação" e revelou que algumas delas vão manter-se no futuro.

"Criamos condições para quem não tem possibilidade de se deslocar à nossa unidade. Recebem a medicação em farmácias de proximidade ou no domicílio e criamos o ‘farmadrive' [levantamento sem sair do carro mediante agendamento] que provavelmente vamos manter. A pandemia obrigou-nos a agir com celeridade", disse Pedro Soares.

Com o levantamento do estado de emergência e com o regresso faseado à normalidade nos hospitais, algo apontado para segunda-feira, o diretor dos serviços farmacêuticos do CHUSJ frisou que "o grosso das medidas são para manter a médio e eventualmente a longo prazo".

"Entraremos em outra fase de resposta à pandemia, mas a pandemia continua aí e o nível de resposta que oferecemos aos profissionais e aos doentes terão de se manter", frisou o responsável.

Em Portugal, morreram 989 pessoas das 25.045 confirmadas como infetadas, e há 1.519 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

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