"Neste tempo difícil que estamos a viver, devido ao surto epidémico de covid-19, a CGTP – IN/Açores e as Uniões de Sindicatos da Horta, Angra do Heroísmo e São Miguel e Santa Maria decidiram não realizar as habituais comemorações de rua do 1.º Maio, na Região Autónoma dos Açores", refere uma nota enviada hoje às redações.

Ainda assim, as estruturas sindicais adiantam que haverá, no 1º de Maio, durante todo o dia, na página e nas redes sociais da CGTP-IN e nas páginas das Uniões dos Açores, "um vasto conjunto de iniciativas, animação e vídeos, que refletirão a realidade vivida pelos trabalhadores nos locais de trabalho, empresas e serviços", mas também "as reivindicações de reformados e pensionistas".

"Vamos comemorar este 1.º de Maio num momento de grande complexidade na região, no país e no mundo. A atual situação de pandemia inspira cuidados a todos, mas atinge de forma particular os trabalhadores", sublinha a nota, assinada pelo coordenador da CGTP-IN/Açores João Decq Motta.

Apesar de considerar que o atual surto epidémico "tem sido enfrentado na região, prevenido e combatido com determinação, mobilizando os meios e os recursos indispensáveis à defesa da saúde e da vida", a CGTP entende também que tal situação "não pode ser usado e instrumentalizado" para "servir de pretexto para o agravamento da exploração e para o ataque aos direitos dos trabalhadores".

"As reivindicações da CGTP-IN assumem, neste quadro, uma maior dimensão: urgência de revitalização do aparelho produtivo, investimento nos serviços públicos e Funções Sociais do Estado, combate e erradicação da precariedade e necessidade urgente de aumento geral dos salários", sustenta o documento.

Neste 1.º de Maio, "os trabalhadores rejeitam a política de agravamento da exploração e do empobrecimento, de cortes nos salários e atropelo dos direitos e assumem o compromisso de reforçar a unidade, desenvolver a luta", defende ainda a nota de imprensa, salientando que "os trabalhadores da Região Autónoma dos Açores contam com a CGTP-IN/AÇORES, com as Uniões de Sindicatos da Horta, Angra do Heroísmo e São Miguel e Santa Maria, como sempre contaram".

Até ao momento, já foram detetados na região um total de 138 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, verificando-se 45 recuperados, 13 óbitos e 80 casos positivos ativos.

Destes, 60 são em São Miguel, três na ilha Terceira, cinco na Graciosa, dois em São Jorge, cinco no Pico e cinco no Faial.

Em Portugal, morreram 989 pessoas das 25.045 confirmadas como infetadas e há 1.519 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.