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Covid-19: Presidente de Cabo Verde diz que situação do país é “bastante satisfatória”

LUSA
30-04-2020 18:06h

O Presidente cabo-verdiano disse hoje que já tem “todos os elementos” para decidir sobre alargamento ou não do estado de emergência nas três ilhas com casos positivos de covid-19, considerando que a situação no país é “bastante satisfatória”.

“Podemos considerar que a situação em que estamos até agora é bastante satisfatória para o número de casos que temos, para o número de óbitos, pelo nível de cumprimento por parte das populações, para o número de pessoas sob quarentena”, considerou Jorge Carlos Fonseca.

O chefe de Estado falava à imprensa, na cidade da Praia, no final de um encontro de mais de duas horas com o Governo para avaliação do estado de emergência no país ainda em vigor e decidir sobre a sua prorrogação ou não nas ilhas com casos positivos de infeção do novo coronavírus.

Cabo Verde regista 116 casos acumulados de covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (63), Boa Vista (52) e São Vicente (1).

Essas três ilhas estão em estado de emergência pelo menos até às 24:00 de 02 de maio, e o chefe de Estado vai anunciar na sexta-feira, numa mensagem ao país, se vai prolongar ou não o estado de emergência nas três ilhas com casos de covid-19.

Durante a reunião, que contou com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, os ministros da Saúde, Arlindo do Rosário, e da Administração Interna, Paulo Rocha, - por videoconferência a partir da ilha da Boa Vista – e do diretor nacional de Saúde, Artur Correia, o Presidente disse que recebeu informações do Governo sobre a situação da epidemia no país e das medidas tomadas.

Uma das informações recebidas é de que o nível de cumprimento a nível nacional é de 87%, no que diz respeito à circulação das pessoas durante o estado de emergência.

Por isso, Jorge Carlos Fonseca considerou ser “indubitável” a importância da declaração do estado de emergência, que permitiu ao país ter uma situação positiva do ponto de vista epidemiológico.

“Eu creio que é objetivo nós considerarmos que a nossa situação, o trabalho que tem sido feito é globalmente positivo e que não fossem as medidas adotadas desde que tomamos conhecimento do início da pandemia em Cabo Verde, estaríamos numa situação com números muito mais fortes do que temos neste momento”, sustentou o mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana.

Por isso, o Presidente entendeu que o país deve “manter o rumo”, continuando com as medidas de prudência, cautela, higiene pessoal, segurança pessoal e distanciamento social, para poder vencer a doença.

“O que temos neste momento é resultado de muito trabalho da adoção de medidas que se mostram no geral adequadas, o que não quer que não tenha havido erros, falhas”.

Nas declarações aos jornalistas, o chefe de Estado não deu nenhuma indicação, mas garantiu que já tem “todos elementos” para uma decisão sobre o alargamento ou não do estado de emergência nessas três ilhas com casos positivos de covid-19.

Os autarcas da Praia (Santiago) e da Boa Vista defenderam o alargamento do estado de emergência nos respetivos municípios, enquanto São Vicente quer o fim desse estado de exceção, continuando apenas com algumas restrições.

As restantes seis ilhas habitadas, sem casos de covid-19, já saíram do segundo período de estado de emergência ao final do dia 26 de abril, terminando o dever geral de confinamento da população e o encerramento das empresas, embora mantendo várias restrições.

Para tomar a decisão, Jorge Carlos Fonseca manteve nos últimos dias outras reuniões, incluindo com os autarcas das ilhas com casos da doença, Ordem dos Médicos e dos Advogados.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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