A associação nacional de restaurantes PRO.VAR reclamou hoje que as medidas de segurança para combater a covid-19 devem ser testadas “em contexto quase real” antes da reabertura prevista para dia 18 de maio para haver tempo de corrigir erros.
“Antes da abertura oficial dos restaurantes [prevista para dia 18 de maio] a PRO.VAR defende que se façam testes das medidas de segurança num contexto quase real para haver tempo de corrigir e melhorar se for caso disso”, declarou o presidente da associação nacional de restaurantes PRO.VAR (Promover e Inovar a Restauração Nacional), Daniel Serra.
Em entrevista telefónica à agência Lusa, Daniel Serra defendeu que quaisquer que sejam as medidas a adotar pelo setor da restauração, e que devem ser hoje anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, essas “têm de ser testadas” antes da reabertura dos estabelecimentos, como um “exercício de preparação”.
“Há que testar o modelo a implementar e ver o que tem se ser corrigido”, observa.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da associação nacional de restaurantes PRO.VAR (Promover e Inovar a Restauração Nacional), Daniel Serra
A PRO.VAR apresentou propostas ao Governo que são públicas e diz estar muito preocupada com a primeira versão apresentada pela AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal), pois tinha medidas que considerou muito desajustadas do setor, não sendo ainda conhecida a versão final.
A PRO.VAR assume ainda preocupação sobre as medidas que vão ser anunciadas que podem ser “desfasadas da realidade do setor”
“Esperamos que o Governo adote as recomendações da PRO.VAR, caso contrário, pode correr-se o risco de elas ficarem desfasadas do setor, quer por excesso, quer por defeito”, lê-se num comunicado enviado à Lusa, onde se apela à “simplificação do documento, para ser mais facilmente adaptável a todas as tipologias de empresas do setor da restauração”.
A PRO.VAR alerta também para a necessidade de se “implementarem testes [covid-19] nos espaços de restauração de modo a corrigir algum tipo de falha, omissão, exagero e ou incongruência”.
A associação reclama para o setor da restauração um selo de confiança idêntico ao "Clean & Safe" destinado a empresas turísticas e defende que as regras de atribuição desse mesmo selo devam ser “mais apertadas” e “a custo zero”.
“Para a PRO.VAR é condição ‘sine qua non’ na atribuição do selo ‘Clean & Safe’, cumprir o CAE (lCassificação de Actividades Económicas) adequado e o HACCP (Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos) implementado, pois não se pode dissociar a implementação de um conjunto de disposições, exigidas pela Direção Geral da Saúde, sem que para tal se cumpra integralmente o plano do HACCP”, defende.
No “Plano de Salvação para a Restauração” que formularam, a PRO.VAR defende “redução do IVA da restauração”, “atribuição de mecanismos para salvar as empresas viáveis”, com por exemplo o Processo Especial de Revitalização (PER) simplificado para resolver “dívidas covid-19” e a “criação de um fundo de resgate”.
No plano de contingência para a retoma após o fim do estado de emergência, a associação defende, por exemplo, que os clientes se sentem com distâncias seguras e que desinfetem das mãos à entrada do restaurante.
A medição da temperatura corporal, realização de testes covid-19 aos trabalhadores de 15 em 15 dias e “desinfeção integral” das mesas e cadeiras após os clientes se irem embora são outras das medidas que a PRÓ.VAR propôs ao Governo para o setor da restauração.
Portugal registou hoje 989 mortos associados à covid-19, e 25.045 infetados (mais 540), indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.
A região Norte é a que regista o maior número de mortos (566), seguida da região Centro (198), Lisboa e Vale do Tejo (199), Algarve (13), Açores (12) e Alentejo que regista um caso.