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Covid-19: Elétrica açoriana propõe distribuir lucros apesar de apelos à redução das tarifas

LUSA
30-04-2020 12:54h

A Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) prepara-se para distribuir pelos acionistas os lucros relativos a 2019, numa altura em que partidos e cidadãos pedem, com a pandemia de covid-19, uma redução do tarifário elétrico.

A elétrica açoriana, detida em 51% pela região e em 49% por privados, tem marcada para o dia 15 de maio uma assembleia-geral cuja ordem de trabalhos, que a agência Lusa consultou hoje, inclui "deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados do exercício findo em 31 de dezembro de 2019", isto é, decidir como distribuir os lucros referentes ao ano passado.

A Lusa solicitou à EDA a proposta de aplicação dos resultados, mas o gabinete de comunicação da empresa disse que essa "é matéria da competência dos acionistas" e que, portanto, não teria nada a declarar antes da referida reunião.

Em 2018, a empresa de eletricidade dos Açores tinha registado quase 20 milhões de euros de lucros e o seu conselho de administração propôs, na altura, distribuir 3,5 milhões de dividendos pelos acionistas.

De acordo com a ata da assembleia geral realizada no dia 30 de abril de 2019, a que a Lusa teve acesso, o Governo Regional, que é acionista maioritário, impôs que fossem distribuídos 12,9 milhões de euros, a que somou mais 4 milhões, referentes aos resultados de anos anteriores.

A assembleia geral de maio ocorre numa altura em que alguns partidos políticos e cidadãos reclamam uma redução substancial das tarifas da empresa de eletricidade dos Açores, devido à perda de rendimentos das famílias e das empresas causada pela pandemia da covid-19.

O PSD e o CDS, por exemplo, entregaram já no parlamento dos Açores propostas concretas para a redução do tarifário elétrico da EDA, tanto para particulares, como para as empresas.

Até agora, porém, a EDA anunciou apenas reduções de tarifas em 3% nas tarifas de baixa tensão, para os clientes domésticos, em 3,88% nas tarifas das pequenas empresas e em 4,65%, nas tarifas das indústrias.

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