A Associação do Alojamento Local dos Açores defende que as campanhas de prevenção da pandemia covid-19 deveriam ser realizadas antes do levantamento das restrições e não a par da reabertura.
No seu parecer, enviado ao Governo Regional, sobre a proposta de roteiro dos Açores “Critérios para uma Saída Segura da Pandemia Covid-19”, a que a agência Lusa teve acesso, a associação considera que as campanhas devem envolver o poder local, instituições e associações, entre outros.
Considerando que, “além da esperança precisa-se de confiança e segurança”, os agentes do alojamento local referem que o período de avaliação mensal de medidas “é desadequado, sugerindo-se uma avaliação quinzenal".
Deve-se "aligeirar as iniciativas caso os seus resultados sejam positivos, ou dar um passo atrás, o mais rápido possível, caso se verifique uma acentuação de casos ou desadequação das medidas”.
“O roteiro é essencialmente um roteiro de saúde geral, todavia, achamos que será importante que o mesmo também tenha linhas orientadoras para a reabertura da economia da região, tendo em conta a adequação a cada um dos setores. Em causa estão diretrizes sanitárias para que cada setor siga, medidas concretas para a realidade de cada um, associadas a uma flexibilidade para que se possam adaptar a dificuldades que possam surgir durante a sua implementação”, declara a Associação do Alojamento Local dos Açores.
A associação afirma que “não se pode ignorar a recessão económica que surgirá”, sendo “possível aligeirar os seus efeitos”.
Na sua leitura, “dar início à economia é urgente, mas reativar as empresas não irá significar o início da rentabilidade, pelo menos imediatamente”, sendo que estas “precisarão da continuidade dos apoios implementados a um prazo mais alargado, para que possam sobreviver”.
Segundo o balanço de quarta-feira da Autoridade de Saúde Regional, desde o início do surto foram confirmados 138 casos, 85 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 40 recuperações (26 em São Miguel, oito na Terceira, cinco em São Jorge e uma no Pico) e 13 mortes (em São Miguel).
A ilha de São Miguel é a que regista mais casos (100), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).
Portugal contabiliza 973 mortos associados à covid-19 em 24.505 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado na quarta-feira.
Das pessoas infetadas, 980 estão hospitalizadas, das quais 169 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.389 para 1.470.