O PCP reclamou hoje a reposição da frequência dos serviços de transporte público no Grande Porto, no âmbito do levantamento gradual das restrições à atividade social e económica, cujas primeiras medidas entram em vigor na segunda-feira.
Em comunicado, a Direção da Organização Regional (DORP) do Porto do Partido Comunista defende também o fim dos processos de ‘lay-off’ nos operadores e a readmissão dos trabalhadores despedidos desde o início do surto epidémico.
O PCP salienta que, perante o surto de covid-19, que impôs uma diminuição da atividade e da circulação, as várias empresas de transportes diminuíram significativamente a oferta “para lá do aceitável”.
Segundo os comunistas, esta diminuição deixou trabalhadores sem transportes nas suas deslocações casa/trabalho e fez com que, em várias situações, “a lotação dos autocarros ou do metro não permitisse salvaguardar o distanciamento recomendado”.
Nesse sentido, o partido considera que, a partir de 04 de maio, “com a retoma da atividade económica e a intensificação do funcionamento da indústria, do comércio e dos serviços”, é necessário garantir a reposição dos serviços de transporte público, tendo como valores de referência os registados no início de março.
Em causa, explica o PCP, estão os serviços prestados por operadores privados ou públicos, nomeadamente autocarros, metro e comboios.
Esta medida, consideram os comunistas, deve ser acompanhada do fim dos processos de ‘lay-off’, da readmissão dos motoristas e outros trabalhadores despedidos desde o início do surto epidémico, sem perda de direito, e da garantia de medidas de higienização e segurança que a situação impõe.
A DORP do PCP alerta ainda para a necessidade de se monitorizar permanentemente a procura e se garantir o reforço da oferta, caso as necessidades de distanciamento social assim o aconselhem.
A Área Metropolitana do Porto já anunciou que a partir de segunda-feira a validação de passes e outros títulos de transporte para viajar nos 18 municípios da região volta a ser obrigatória, estando asseguradas todas as condições de higiene e segurança que tal ato possa implicar.
À data, em comunicado, aquela entidade esclarecia que se mantém, contudo, um conjunto de medidas de salvaguarda articuladas com os operadores privados, por forma a garantir a segurança de todos os colaboradores e clientes que utilizam diariamente o transporte público.
Após a suspensão do estado de emergência, em vigor até 02 de maio, mantém-se, entre outros, a redução do número máximo de passageiros, limpeza e desinfeção das instalações e equipamentos e a redução do contacto entre profissionais do setor e passageiros.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 224 mil mortos e infetou cerca de 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Cerca de 890 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.