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Covid-19: Vaticano adia campanha de doações do Denário de São Pedro

LUSA
29-04-2020 19:36h

O Vaticano adiou hoje para 04 de outubro a coleta anual marcada para 29 de junho, denominada Denário de São Pedro, devido à pandemia da covid-19, anunciou a Santa Sé.

A grande coleta organizada nas igrejas de muitos países e na Internet é destinada às atividades de caridade do pontífice, mas também ao funcionamento das administrações do Vaticano.

O adiamento para 04 de outubro, dia dedicado a São Francisco de Assis, foi decidido "em consideração à atual situação de emergência sanitária", indica um breve comunicado à imprensa do porta-voz da Santa Sé.

A quantidade de coletas anuais não foi oficialmente comunicada desde o início do pontificado de Francisco.

O Denário de São Pedro alcançou 71 milhões de euros em 2013. No ano seguinte atingiu 83 milhões de euros, incluindo 15 milhões pagos diretamente por indivíduos, 42 milhões por dioceses e 19 milhões por fundações, detalha o jornalista italiano Gianluigi Nuzzi num livro recente dedicado às dificuldades financeiras da Santa Sé.

A justiça do Vaticano está a investigar “o circuito opaco” da compra de um prédio de luxo em Londres, alegadamente financiado graças a doações à igreja, um assunto delicado que afeta as finanças da Santa Sé e que levou o Papa a demitir várias pessoas.

Desde o início da pandemia de coronavírus, em dezembro passado na província chinesa de Wuhan, o soberano pontífice fez doações ou ofereceu equipamentos médicos, incluindo respiradores, para hospitais em Itália ou, por exemplo, na Síria, Israel e Gaza.

Francisco também pagou 750 mil euros a um fundo de emergência administrado pelas Pontifícias Obras Missionárias, que são muito ativas nos países pobres.

A 06 de abril passado, o capelão encarregado das obras de caridade do Papa, o cardeal Konrad Krajewski, convidou cerca de 250 membros da hierarquia da Cúria Romana (governo) a pagar um salário de um mês para ajudar aqueles que sofrem das consequências da pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo.

Escreve a agência noticiosa francesa AFP que a crise da saúde está a afetar pesadamente os cofres da Santa Sé, obrigados a fechar os museus do Vaticano, uma de suas principais fontes de rendimento.

A nível global, segundo os mais recentes dados oficiais, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. 

Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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