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Covid-19: População com medo de vacina para coronavírus rejeita vacinação contra sarampo

29-04-2020 19:30h

Uma campanha de vacinação contra o sarampo ficou inviabilizada, na província angolana de Malanje, porque os pais se recusaram a imunizar as crianças, acreditando tratar-se de um teste das vacinas contra o novo coronavírus.

Segundo o supervisor provincial do Programa Alargado de Vacinação (PAV), Frederico Muatshimbau, a campanha seria promovida entre 23 e 27 deste mês, para travar um possível surto do sarampo, que já registou, no primeiro trimestre deste ano, um total de 294 casos.

O responsável sanitário lamentou o insucesso da campanha, porque grande parte dos moradores, de dois bairros periféricos da cidade de Malanje, mostraram resistência à vacinação.

Frederico Muatshimbau, citado pela agência noticiosa angolana, Angop, referiu que a população alegou ter conhecimento, a partir das redes sociais, que as novas vacinas contra a covid-19 seriam testadas em países africanos.

O responsável contou ainda que muitas famílias apresentaram cartões de vacinação contra o sarampo de outras campanhas, para provar que as crianças estão imunizadas e não precisam de nova vacina.

Para ultrapassar a situação, Frederico Muatshimbau disse que as autoridades sanitárias vão recorrer à administração municipal de Malanje, que por sua vez vai orientar os sobas (autoridades tradicionais) para sensibilizar e esclarecer a população sobre a importância e necessidade de vacinar as crianças contra o sarampo.

A campanha de bloqueio previa imunizar contra o sarampo, e ao mesmo tempo ministrar vitamina A, em 33.986 crianças dos seis meses aos cinco anos, dos bairros Carreira de Tiro, Voanvola, Kizanga, Vila Matilde e Campo de Aviação, bem como das comunas de Ngola Luije e Cambaxe e da localidade de Kibinda.

Apesar da resistência da maior parte da população, a campanha atingiu 10.385 crianças.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. 

Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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