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Covid-19: Cidadão espanhol acompanhou pai internado até alta hospitalar

LUSA
29-04-2020 14:30h

Um espanhol recusou-se a deixar o pai que esteve gravemente doente com a covid-19 e passou 34 dias ao seu lado no quarto do hospital sem nunca o deixar, anunciou hoje o hospital Coslada à agência de notícias AFP.

Juan Antonio e o seu pai Regino, de 70 anos, deixaram no sábado o hospital Coslada, próximo de Madrid.

Quando o pai foi hospitalizado, “os médicos informaram que estava numa condição muito grave e que tinha apenas três ou quatro horas de vida. Nesses casos, deixamos que um ente querido acompanhe o paciente", disse uma porta-voz do hospital à AFP.

Entretanto, o idoso reagiu bem ao tratamento e começou a melhorar.

“Na primeira noite, o filho ficou com pai e no segundo dia também", disse a porta-voz.

No entanto, o próprio Juan Antonio foi hospitalizado, sob suspeita de infeção pelo novo coronavírus, e foi proibido de deixar o mesmo quarto em que estava com o pai.

Quando o hospital o autorizou a sair, Juan Antonio decidiu ficar com o seu pai.

"Este tempo, fez-nos conhecermos melhor", concluiu o filh, citado pela rádio espanhola Cadena Ser.

O hospital admite que é "uma história bonita", mas também "uma pequena exceção" permitida devido à cadeia de circunstâncias, porque na maioria dos casos isso não pode acontecer.

"Temos um programa de apoio, deixamos os entes queridos entrar no quarto 15 minutos por dia, bem protegidos e acompanhados por um psicólogo", disse a porta-voz.

Com pelo menos 24.275 mortes, a Espanha é o terceiro país mais atingido do mundo pela pandemia, atrás dos Estados Unidos e de Itália.

Mas o número de pessoas curadas em 24 horas subiu na quarta-feira para 6.399, um recorde desde o início da epidemia no país, que pretende avançar para um relaxamento do confinamento em etapas até ao final de junho.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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