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Covid-19: BE pede audição do secretário da Educação dos Açores sobre 3.º período

LUSA
24-04-2020 15:42h

O Bloco de Esquerda nos Açores requereu hoje a audição do secretário regional da Educação no parlamento açoriano alegando "falta de organização" e "enormes desigualdades de acesso ao ensino" à distância, a propósito da covid-19.

O requerimento a solicitar a audição do secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses, foi enviado na quinta-feira à presidente da Comissão de Assuntos Sociais e será votado numa próxima reunião desta comissão parlamentar, informa em comunicado de imprensa o BE/Açores.

O Bloco justifica o pedido desta audição sobre o arranque do terceiro período escolar nos Açores dizendo que "não pode aceitar a falta de organização e as enormes desigualdades de acesso ao ensino que se estão a verificar", embora reconheça "a dificuldade de implementar um modelo de ensino à distância em tão pouco tempo".

"O Governo [Regional] não pode fingir que tudo está a correr bem e tem de assumir, com transparência, as dificuldades que está a encontrar e as falhas que estão a ocorrer, para que possam ser rapidamente colmatadas", sustenta o BE, indicando que a plataforma ‘online’ SGE (Sistema de Gestão Escolar) "tem revelado problemas de estabilidade e continuam a existir alunos sem equipamentos informáticos ou sem internet para aceder aos conteúdos".

O partido, liderado por António Lima nos Açores, aponta ainda para a existência de "situações em que o levantamento das necessidades de equipamento e acesso à internet" foi "feito informalmente pelos representantes dos pais, e noutras situações pelo diretor de turma", através de "um e-mail em que a ausência de resposta por parte das famílias seria entendida como não havendo falta de equipamento informático ou internet".

Se as famílias estão confinadas em casa e não tiverem computador nem internet em casa, como é que podem responder a um levantamento de necessidades feito desta forma?”, questiona o partido, que está também preocupado com "falhas” no levantamento das necessidades informáticas de alunos surdos carenciados da ilha de São Miguel.

"O BE não compreende também a falta de uniformização de procedimentos para o contacto entre os professores, os alunos e os pais, e alerta que estão a ser criadas, de forma generalizada, contas pessoais em redes sociais e outras plataformas para alunos menores, que podem pôr em causa a sua privacidade e os seus dados pessoais", acrescenta o comunicado.

Até ao momento, já foram detetados na região um total de 138 casos, verificando-se 20 recuperados, nove óbitos e 109 casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, sendo 82 em São Miguel, cinco na ilha Terceira, cinco na Graciosa, três em São Jorge, nove no Pico e cinco no Faial.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 200 mil mortos e infetou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 720 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 820 pessoas das 22.353 confirmadas como infetadas, e há 1.143 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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