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Covid-19: BE critica atraso nos aumentos e falta de subsídio de risco para profissionais de saúde

LUSA
21-04-2020 19:33h

A coordenadora do BE criticou hoje a recusa do Governo em atribuir um subsídio de risco aos profissionais de saúde que lidam com a covid-19, estranhando o atraso no pagamento do aumento de 0,3% para estes funcionários públicos.

Catarina Martins dedicou o “País Ligado” de hoje - um vídeo diário da líder do BE sobre a pandemia – à necessidade de o Governo reconhecer a dedicação do “trabalho extraordinário” de médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, auxiliares, que “têm estado na linha da frente de combate a esta pandemia”.

“É por isso estranho que médicos e enfermeiros não tenham recebido este mês os 0,3% de aumento da função pública e, pior, que o Governo se recuse a dar um subsídio de risco a quem está na linha da frente de combate à pandemia”, criticou.

A líder do BE condenou ainda “que haja vozes que já venham anunciar que no futuro estes profissionais não podem contar com mais salário nem com mais valorização”.

“É errado. Temos de respeitar quem trabalha e quem constrói este país. A resposta à crise só pode ser feita na valorização do emprego, do salário, que não deixe ninguém para trás, no setor público como no setor privado, e é esse o compromisso do Bloco de Esquerda”, assegurou.

Quando “o negócio privado da saúde fechou a porta aos momentos mais difíceis”, a coordenadora bloquista afirmou que “lá esteve o Serviço Nacional de Saúde e os seus profissionais a responderem por todo o país”, um reconhecimento feito por Portugal.

“É por que é urgente aplicar a Lei de Bases da Saúde para reforçar o setor público e deixar de lado a obrigação de financiar o negócio privado da saúde”, defendeu, insistindo na necessidade de “garantir mais meios e mais profissionais ao SNS e o reconhecimento devido a estes profissionais”.

O Público noticia na edição de hoje que os profissionais de saúde só vão receber em maio o aumento de 0,3% que os funcionários públicos recebem já este mês.

Os funcionários públicos começam hoje a receber os salários de abril com os aumentos de 0,3% para a generalidade dos trabalhadores e de 10 euros para as remunerações inferiores a 700 euros, com retroativos a janeiro.

Na sexta-feira, fonte oficial do Ministério da Administração Pública admitiu, no entanto, à Lusa que havia serviços que poderiam não conseguir pagar as atualizações ainda em abril.

"As atualizações salariais já começaram a ser processadas em abril, no entanto, esse pagamento dependerá da capacidade dos serviços e do momento em que estes processam os respetivos salários", afirmou fonte oficial do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública.

"Em todo o caso, os aumentos serão retroativos a janeiro de 2020", acrescentou a mesma fonte.

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