Face à atual situação de pandemia e a tudo o que ela implica, as crianças, em particular, poderão ter dificuldade em lidar com toda a estranheza destas anormais circunstâncias que as obrigam a estar afastadas dos seus avós. Ao mesmo tempo, há famílias a perder os seus entes queridos sem terem oportunidade de se despedir e de cumprir os rituais que ajudam a fazer o luto e a lidar com a dor. A pergunta que se impõe é: como explicar tudo isto às crianças?

Para dar esta lição o autor focou-se nos seus 9 netos, com idades dos 7 aos 18 anos, e na história da Maria, uma menina de 9 anos que perdeu a avó.

Começando pelos netos, o médico urologista refere que o seu contacto com os mais novos no que à explicação da morte diz respeito, começou no dia em que o seu neto mais velho, na altura com 6 anos, pediu ao avô para ir conhecer o cemitério.

Entretanto, e para a redação desta obra, todos os 9 netos foram entrevistados pelo avô que se inspirou nas ideias transmitidas nas respostas para as transformar em texto.

Também a história da Maria, baseada em factos reais, foi a base para a conceção de “A Morte Explicada aos Mais Novos”, onde a menina se confronta com a perda da avó e os seus pais lhe tentam explicar o que aconteceu da melhor maneira possível.

Para o autor é importante realçar que o espírito continua entre nós através das memórias e das obras. Sublinhando, no entanto, que a morte “seja por covid ou sem covid não difere”.

Além de explicar aos mais novos como lidar com a perda de uma avó ou avô, o livro também aborda a perda de irmãos ou amigos. Para tal, vêm também focados na obra aspetos relacionados com pediatria, psicologia ou oncologia pediátrica. Além destes, também testemunhos de várias religiões são incluídos, como o catolicismo, o cristianismo evangélico, islamismo, judaísmo, budismo, hinduísmo, agnosticismo e ateísmo.