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Covid-19: Mais de 40% das empresas sul-africanas temem não sobreviver a confinamento

LUSA
21-04-2020 19:04h

Mais de 40% das empresas sul-africanas temem não sobreviver à pandemia de covid-19 e às consequências das imposições adotadas pelo Governo para conter a propagação do novo coronavírus, segundo uma sondagem do Instituto Nacional de Estatística (StatsSA).

Num relatório hoje divulgado, que compila respostas de 707 médias e grandes empresas, 42,2% destas dizem que duvidam que tenham recursos para continuar a operar durante a pandemia de covid-19.

Por outro lado, 28,6% das empresas dizem estar confiantes de que possuem os recursos necessários para operar durante a pandemia, sendo que as restantes 29,2% não apresentaram uma resposta definitiva.

O inquérito foi realizado durante as primeiras duas semanas de confinamento nacional, ordenado em 27 de março pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, para tentar conter a propagação da doença provocada pelo novo coronavírus.

Por ordem do chefe de Estado sul-africano, apenas os serviços considerados essenciais foram autorizados a operar durante o período de confinamento, prorrogado até 30 de abril.

Ao mesmo tempo, a sondagem refere que mais de metade (54%) das empresas inquiridas acreditam que poderão sobreviver aos efeitos da pandemia caso o confinamento se prolongue entre um e três meses.

Quase um terço (30,6%) admite o encerramento no primeiro mês de confinamento, enquanto 8,2% assumem a possibilidade de sobreviverem a mais de três meses de confinamento.

Dois terços (65%) das empresas admitem que a pandemia de covid-19 irá ter um impacto “substancialmente pior” na sua situação em relação à crise global financeira de 2008/2009.

Mais de 46% das empresas afirmam que foram capazes de satisfazer a procura, enquanto 43% assumiram que falharam na satisfação das necessidades dos clientes.

Segundo as mais recentes previsões do Fundo Monetário Internacional, a economia sul-africana, a mais industrializada do continente, deverá ver o seu crescimento cair 65,8% em 2020, após ter entrado em recessão no último trimestre de 2019.

Cyril Ramaphosa deverá apresentar, na noite de hoje, o seu plano de apoio empresarial.

Até à data, as autoridades registaram 3 300 casos de contaminação no país, incluindo 58 mortes.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 558 mil doentes foram considerados curados.

O continente africano regista mais de 23.000 casos em 52 países desde o início da pandemia, incluindo 1.150 mortes.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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