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Covid-19: Chega/Açores pede restabelecer de normalidade na região "dentro do possível"

LUSA
21-04-2020 18:08h

O Chega dos Açores manifestou hoje, em carta ao presidente do Governo Regional, preocupação relativamente à pandemia da covid-19 e os efeitos na saúde dos cidadãos e economia, defendendo soluções que permitam "restabelecer, dentro do possível, a normalidade".

No entender do Chega/Açores, "ainda" não foram tomadas medidas para "estabelecer regras que salvaguardem a necessária segurança da saúde pública, podendo esta situação originar novos focos de contágio, num futuro próximo", até porque se terá de "retomar a atividade económica o quanto antes", sublinha a nota enviada às redações pela comissão instaladora do partido nos Açores.

Na carta enviada ao chefe do executivo regional socialista, Vasco Cordeiro, o Chega propõe a criação de equipas técnicas para uma "formação adequada a todos os agentes económicos, nas áreas industrial, comercial, agroalimentar, entre outras" e "estudando setor a setor quais as melhores práticas laborais no sentido de proteger estes agentes sociais e a população".

O documento assinado pelo presidente da Comissão Instaladora do Chega nos Açores, Carlos Augusto Furtado, sublinha que "a reabertura de algumas atividades económicas deverá, neste período, ser acompanhada de eventuais vistorias e emissão de licenças de utilização especiais e temporárias, que comprovem a compatibilização da atividade com a necessidade de cumprimento de regras de saúde pública inegociáveis" com o objetivo de "minimizar os riscos de uma possível nova vaga de contágio, que a acontecer terá efeitos devastadores a todos os níveis".

"Este trabalho formativo será um importante instrumento no objetivo de uniformizar procedimentos, processos de trabalho e práticas de prestação de serviços, entre áreas de atividade similares", defende a carta.

Além disso, acrescenta o documento, "deve o Estado nas áreas de delegações de saúde, fiscalizações municipais e fiscalização de condições laborais desenvolver mais ações de fiscalização, aconselhamento e verificação de cumprimento de regras".

"Somos do entender que a não implementação destas práticas formativas, a não uniformização de métodos e práticas laborais e o não acompanhamento técnico e fiscalizador, por parte do Estado na reativação da nossa atividade económica, podem trazer consequências gravíssimas aos açorianos e à nossa economia", alerta.

A carta refere ainda que, estando hoje os Açores com a situação relativamente controlada a nível de contágio comunitário, deve começar-se a pensar em restabelecer, dentro do possível, a normalidade.

"Salientamos o facto de a nossa região, quer pela sua dispersão geográfica, quer pela moderada concentração populacional, ser um lugar de excelência para por em prática, de forma concertada, hábitos e procedimentos capazes de controlar a permanência deste grave problema de saúde pública", diz o documento.

Até ao momento, foram detetados na região um total de 131 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, verificando-se 15 recuperados, sete óbitos e 109 casos positivos ativos.

Destes, 82 são em São Miguel, cinco na ilha Terceira, cinco na Graciosa, três em São Jorge, nove no Pico e cinco no Faial.

Portugal regista hoje 762 mortos associados à covid-19, mais 27 do que na segunda-feira, e 21.379 infetados (mais 516), indica o boletim epidemiológico divulgado pela DGS.

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