“A partir de hoje, o porto de descarga peixe espada preto é o do Funchal e mais nenhum outro da região”, declarou o secretário regional do Mar e das Pescas.

Teófilo Cunha acrescentou que a decisão de “confinar no Funchal” a descarga deste peixe é uma forma de “conseguir não dispersar meios e pessoas” e conseguir fazer o trabalho de “forma controlada, preservando a saúde” de todos os envolvidos.

Também permite “evitar algum foco de transmissão porque a maioria está a cumprir as regras”, embora admita que isso “não está garantido”.

Teófilo Cunha considerou que esta decisão constitui assim uma “medida para salvaguardar a saúde pública da população da região e de todos quantos trabalham no setor das pescas, mas tem também em linha de conta a saúde e a segurança dos pescadores”.

A declaração da cerca sanitária à freguesia de Câmara de Lobos a partir das 00:00 de domingo, devido a um foco que surgiu no bairro social da Cidade Nova, que começou com 16 infetados, “apanhou em plena faina algumas embarcações de pesca”, enfatizou o responsável.

“Havia uns que estavam há alguns dias [no mar, visto que a faina desta espécie dura entre 10 e 15 dias], outras fizeram-se ao mar horas antes de ter sido decretado o cerco sanitário”, mencionou.

Também devido ao aviso de mau tempo no mar emitido pela capitania do Funchal, que recomendava o regresso das embarcações aos portos de abrigo, alguns barcos escolheram as infraestruturas do Porto Moniz e da Calheta.

“Mas, para evitar conflitos sociais, a Secretaria Regional de Mar e Pescas decidiu que o porto do Funchal passa a ser o único porto onde podem ser feitas as descargas de pescado”, reforçou.

As embarcações de pesca “já estavam sujeitas aos planos de contingência derivados do combate à pandemia covid-19, em conjugação com os planos de contingência da lota, mas agora, com a questão da cerca sanitária, tivemos que reforçar as medidas, em articulação com a secretaria regional da Saúde”, esclareceu o governante.

Teófilo Cunha enfatizou que, “quando a embarcação regressa a terra, os pescadores permanecem dentro dos barcos e as descargas são feitas pelos serviços. Os pescadores não põem pé em terra”.

Acrescentou que caso pretendam regressar ao mar, “têm de providenciar os abastecimentos de que precisam, se não quiserem voltar ao mar têm de cumprir a quarentena obrigatória”.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 558 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 762 pessoas das 21.379 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Na Madeira, de acordo com os últimos dados divulgados segunda-feira pelo Instituto de Administração da Saúde (Iasaúde, estão reportados 85 casos, dos quais 36 em Câmara de Lobos.