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Covid-19: CDS-PP questiona Governo sobre acordo para beneficiários da ADSE

LUSA
15-04-2020 18:51h

O grupo parlamentar do CDS-PP questionou hoje o Governo se pondera um acordo para beneficiários da ADSE semelhante aquele encontrado com a seguradora Fidelidade, de cobertura das despesas com tratamentos relacionados com a covid-19.

A Multicare anunciou hoje que vai assegurar as despesas dos seus segurados que recorreram aos hospitais privados no âmbito da pandemia de covid-19 mesmo que não tenham sido referenciados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em comunicado, a Fidelidade diz que a Multicare assinou um acordo com a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) para assistir os seus segurados não referenciados pelo SNS, apesar de a prática internacional excluir o risco de pandemia dos seguros de saúde.

A Fidelidade informa que o acordo assinado entre a Multicare e a APHP pretende "continuar a assegurar a proteção da saúde dos seus segurados", "apoiar as unidades hospitalares do SNS, aliviando a sobrecarga sobre essas unidades ao evitar a transferência de doentes covid-19 que não tenham sido referenciados pelo SNS".

No documento que deu hoje entrada na Assembleia da República, o CDS-PP aponta que a “APHP diz estar disponível para estabelecer, com outras entidades, tais como seguradoras e subsistemas de saúde, acordos similares que favoreçam o tratamento, nos hospitais privados, de doentes com COVID-19 que sejam seus clientes ou beneficiários”.

E questiona a Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, se o Governo está a preparar uma acordo para os beneficiários da ADSE semelhante à iniciativa da Fidelidade.

Os deputados do CDS querem saber também “quando será concretizado este acordo e quando entrará em vigor”.

Depois da nota da Fidelidade, a ADSE anunciou que quer cobrir os custos com os testes de covid-19 obrigatórios em doentes oncológicos em tratamento, mas os atendimentos nos privados, no âmbito da pandemia, de doentes não encaminhados pelo SNS não estão contemplados.

Em declarações à agência Lusa, Eugénio Rosa, vogal do Conselho Diretivo da ADSE - subsistema de saúde da função pública - disse que estão a ser analisados os casos dos doentes oncológicos em tratamento, para cobrir os custos dos testes obrigatórios, e explicou que os doentes que foram atendidos nos hospitais privados sem terem sido encaminhados pelo SNS não estão por enquanto contemplados.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas.

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