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Covid-19: Freguesia de Chaves produz máscaras sociais para toda a população

LUSA
15-04-2020 16:08h

A freguesia de Cimo de Vila da Castanheira, no concelho de Chaves, lançou um apelo nas redes sociais para garantir a produção de cerca de 300 máscaras sociais e distribuir por toda a sua população.

“Queremos fornecer máscaras para toda a nossa população, o que é muito difícil pois em todo o lado estão esgotadas, e as máscaras cirúrgicas, que são descartáveis e precisávamos em grandes quantidades, são prioritárias aos profissionais de saúde”, explicou à agência Lusa a presidente da junta, Lígia Silva.

A freguesia de Cimo de Vila da Castanheira, concelho de Chaves, distrito de Vila Real, tem como objetivo ‘equipar’ toda a sua população com as máscaras, como forma de proteção à pandemia de covid-19.

O repto lançado na terça-feira na rede social Facebook teve “adesão imediata” e várias costureiras, não só da freguesia mas do concelho de Chaves, juntaram-se à iniciativa e estão a produzir.

“Estamos a fazer máscaras que na parte da frente são de algodão e forradas com tecido TNT (tecido não tecido), que não deixa passar nada, e que podem ser lavadas e reutilizadas. Assim, os idosos que tiverem de sair de casa já têm como se proteger”, explicou.

O objetivo é produzir cerca de 300 máscaras reutilizáveis até ao final da semana e entregar a toda a população, idosa e não só, das duas aldeias da freguesia, Cimo de Vila da Castanheira e Dadim.

A presidente da junta de Cimo de Vila da Castanheira, cargo que ocupa há sete anos, ficou satisfeita com a solidariedade recebida de imediato.

“Somos um povo muito solidário, principalmente nas alturas mais difíceis”, apontou.

Como a preocupação é a proteção das pessoas que têm de sair de casa, Lígia Silva explicou ainda que a junta de freguesia adquiriu “algumas máscaras e luvas” para necessidades mais urgentes enquanto as máscaras sociais não estão disponíveis.

O facto de a população das duas aldeias ser envelhecida resulta num aumento de preocupação por parte da autarca.

“Não queremos que as pessoas saiam de casa e já investimos para isso, entregando nos domicílios os medicamentos. A mercearia e minimercado da freguesia também entregam as compras em casa”, realçou.

Lígia Silva alerta, no entanto, para os efeitos do isolamento dos idosos.

 “Há muitos idosos sozinhos, solitários, e para além das coisas estarem nestes termos eles vêm-se mais na solidão nesta fase. Quando passamos à porta paramos um bocado para conversar”, disse.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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