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Covid-19: Suspensão de fundos à OMS é “profundamente lamentável” – União Africana

LUSA
15-04-2020 13:22h

O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, classificou hoje como “profundamente lamentável” a decisão dos Estados Unidos de suspender a sua contribuição para a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A decisão do Governo dos Estados Unidos de suspender os fundos para a Organização Mundial de Saúde é profundamente lamentável”, disse Faki Mahamat através da sua conta na rede social Twitter.

Para o presidente da comissão da UA, “hoje mais do que nunca, o mundo depende da liderança da OMS para orientar a resposta à pandemia de covid-19”.

“A nossa responsabilidade coletiva de assegurar que a OMS pode cumprir integralmente o seu mandato nunca foi tão urgente”, acrescentou.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na terça-feira que vai suspender a contribuição do país para a OMS, justificando a decisão com a “má gestão” da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

“Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, disse.

Donald Trump, que falava aos jornalistas na Casa Branca, em Washington, referiu que os EUA contribuem com “400 a 500 milhões de dólares por ano” (entre 364 e 455 milhões de euros) para a OMS, em oposição aos cerca de 40 milhões de dólares (mais de 36 milhões de euros), ou “ainda menos”, que disse ser o investimento da China naquela organização.

A decisão norte-americana foi imediatamente criticada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que sublinhou que este "não é o momento de reduzir o financiamento das operações" da OMS “ou de qualquer outra instituição humanitária que combata o vírus" SARS-CoV-2.

A União Europeia (UE) reagiu à decisão, lamentando-a “profundamente” e considerando que “não há razão que justifique” esta atitude, sobretudo no atual contexto da pandemia de covid-19.

A China e a Alemanha também já criticaram a decisão de Donald Trump.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (26.033) e mais casos de infeção confirmados (609.240 mil).

Seguem-se Itália (21.067 mortos, em 162 mil casos), Espanha (18.579 mortos, 177 mil casos), França (14.967 mortos, 37 mil casos) e Reino Unido (11.329 mortos, 88 mil casos).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Por regiões, a Europa somava hoje 85.271 mortos (mais de 1 milhão de casos), a América do Norte 25.661 mortos (619.640 casos), a Ásia 5.162 mortos (145.541 casos), o Médio Oriente 5.031 mortos (106.630 casos), a América do Sul e Caribe 3.001 mortos (70.213 casos), a África 874 mortos (16.285 casos) e a Oceânia 78 mortos (7.652 casos).

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