O Departamento do Tesouro dos EUA chegou a um acordo com as transportadoras aéreas sobre os termos da ajuda financeira para evitar falências e despedimentos no setor, que emprega diretamente mais de 750 mil pessoas no país.
O acordo, anunciado pelo Departamento, foi estabelecido com uma dezena de companhias, entre as quais as principais - American Airlines, Delta Air Lines, United Airlines e Southwest –, que hesitavam em aceitar a ajuda governamental, por medo de contrapartidas severas, nacionalização inclusive, como consequência da pandemia covid-19.
O plano histórico de apoio à economia aprovado pelo Congresso norte-americano, no montante de 2,2 biliões (milhões de milhões) de dólares (dois biliões de euros), e promulgado no final de março, prevê 25 mil milhões de dólares para financiar as transportadoras aéreas e defender o emprego nestas empresas.
O Tesouro informou estas companhias que teriam de reembolsar a prazo 30% do dinheiro que vão receber, segundo fontes envolvidas no processo.
O governo federal deve também receber, em troca da ajuda que prestar, títulos designados ‘warrants’, produtos financeiros derivados que podem ser convertidos em ações. Estes 'warrants', cujo preço costuma ser fixado no início do negócio, devem representar 10% do valor da ajuda que a empresa venha a receber.
O Departamento chefiado por Steven Mnuchin considera que o acordo “vai permitir apoiar os trabalhadores norte-americanos e preservar a importância estratégica da indústria aérea, oferecendo ao mesmo tempo uma compensação apropriada aos contribuintes”.
Apesar de os pormenores do acordo não terem sido divulgados, fontes conhecedoras do processo adiantaram que o Estado deve tornar-se acionista minoritário das companhias aéreas que subscrevem o entendimento.
As transportadoras American Airlines, United e Southwest já saudaram o acordo, que lhes vai permitir “cobrir uma parte do pagamento e das prestações sociais” dos trabalhadores até 30 de setembro.
Além destes 25 mil milhões de dólares, as transportadoras aéreas podem ainda aceder a empréstimos garantidos, cujo valor alcança um montante igual, para relançar a atividade, depois de semanas de queda do tráfego aéreo, da suspensão dos voos transatlânticos, do adiamento de encomendas e entregas de novos aparelhos e da anulação de milhares de voos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 413.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.