O Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA) exortou hoje os pastores e fiéis ao "cumprimento escrupuloso" das orientações das autoridades sanitárias sobre as medidas de prevenção ao covid-19, alertando para a "materialização do binómio fé e ação".
"Mas é necessário que as pessoas, nessa altura, tenham em mente como cristãos o binómio oração e ação e as pessoas devem continuam a orar, mas observando escrupulosamente as medidas de segurança emanadas pelas autoridades", afirmou hoje à Lusa a secretária geral do CICA, Deolinda Dorcas Teca.
Para a pastora, que "reprovou" a postura de alguns líderes religiosos que nos primeiros quinze dias do estado de emergência em Angola congregaram fiéis em desobediência às autoridades, as recomendações das autoridades sanitárias são de "cumprimento obrigatório".
Segundo a responsável, "é bem provável que a mensagem não tenha chegado aos responsáveis pastorais, provavelmente os seus representantes não deram seguimento ao decreto presidencial".
"Então a necessidade de aí continuarmos a trabalhar na disseminação e divulgação através dos diferentes meios de comunicação social para que a mensagem passe ou mesmo em línguas nacionais", apontou.
Depois dos primeiros quinze dias de estado de emergência, de 27 de março a 10 de abril, como medida para conter a propagação da covid-19, Angola cumpre hoje o quarto dia da extensão do período de mais 15 dias.
Angola conta atualmente com 19 casos confirmados de pessoas afetadas pela covid-19, nomeadamente 13 ativos, dois óbitos e quatro recuperados.
A secretária geral do CICA entende que o momento é dos pastores continuarem a apelar os fiéis a se manterem em casa e a continuar a instrui-los sobre as medidas de prevenção.
"E como recomendações é importante primeiro ficar em casa, respeitar a quarentena, o distanciamento, o isolamento e sair de casa apenas por necessidade extrema", apelou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.