A empresa de transporte rodoviário Scotturb, que opera em Sintra, Cascais e Oeiras, no distrito de Lisboa, confirmou hoje que vai entrar em ‘lay-off’, depois de registar uma quebra na faturação superior a 50%.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, fonte da empresa não adiantou o número de trabalhadores que serão abrangidos por esta medida, mas ressalvou que tal visa “salvaguardar” os seus contratos de trabalho.
“O número de trabalhadores abrangidos pelas medidas de ‘lay-off’ visam a salvaguarda do respetivo contrato trabalho e, também da respetiva saúde, medidas que vão de encontro às pretensões da generalidade dos mesmos”, sublinha a empresa transportadora.
A Scotturb refere que a decisão de entrar em ‘lay-off’ tem justificação, dadas as consequências do surto da covid-19 no setor dos transportes.
“São medidas excecionais, para um tempo excecional. A faturação da Scotturb, fruto da atual situação, foi reduzida em mais de 50% face ao período homólogo”, justifica a nota.
Nesse sentido, a empresa, que opera nos municípios de Cascais, Sintra e Oeiras, sublinha que a procura foi “substancialmente reduzida por força das medidas de confinamento e de distanciamento social”.
“Soma-se a esse fato, a Scotturb tem um forte componente turístico em sua receita, que foi a zero. Faz-se notar que, por força destas circunstâncias, outros operadores da AML foram forçados a tomar medidas idênticas em termos de recursos humanos”, apontam.
Entretanto, no fim de semana, o PCP deu conta de que questionou o Governo sobre o ‘lay-off’ da Scotturb, considerando esta situação “inaceitável”.
Os comunistas referem que a medida abrange 87 trabalhadores.
“A redução do número de trabalhadores no ativo pode pôr em causa o adequado cumprimento do serviço de transportes público rodoviário nos três concelhos em que a Scotturb opera, o que potencialmente se traduzirá no aumento dos fatores risco de contaminação e propagação da doença”, alerta o partido.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira, e 17.448 infetados (mais 514).