O Egito estimou hoje uma quebra de receitas de 5.000 milhões de dólares (4.600 milhões de euros) em relação ao previsto, no final do ano fiscal do país, em julho, devido à redução do turismo provocada pela pandemia de covid-19.
A ministra da Planificação egípcia, Hala al Said, explicou numa conferência de imprensa que o Governo esperava realizar um encaixe histórico de 16.000 milhões de dólares no setor do turismo no ano fiscal de 2019/20, que no Egito decorre entre julho e junho, mas que afinal atingirá apenas 11.000 milhões.
A titular da pasta do setor não avançou mais pormenores, mas o turismo no Egito estava a ter uma boa época alta, que decorre entre outubro e abril, quando as temperaturas são mais baixas, até à chegada da covid-19, que já infetou mais de 2.100 pessoas e causou 164 mortos no país.
O país registou 900.000 visitantes em fevereiro, mais 4% que no mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Ministério do Turismo que, em 21 de março, se viu forçado a encerrar todos os museus e locais arqueológicos, incluindo o Museu Egípcio e as Pirâmides de Gizé.
Todos os voos com partida e destino no Egito estão também suspensos até ao final do mês.
O turismo é uma das principais fontes de receita do Egito, mas tem sofrido diversos golpes desde a Revolução da Primavera Árabe, em 2011, o último dos quais aquando da explosão de um avião russo no final de 2015. O setor encontrava-se em recuperação desde 2018, com mais de 10 milhões de visitantes por ano.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 400 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em África, há registo de 793 mortos num universo de mais de 14 mil casos em 52 países.