A Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (Animar) apela ao Governo que, face ao encerramento das escolas, coordene com parceiros locais o reforço do apoio às crianças e jovens em risco, minorias étnicas, imigrantes e com necessidades educativas especiais.
Em comunicado, a Animar considera fundamental que, face ao atual estado de emergência, devido à pandemia covid-19, todas as crianças e jovens, em particular os que estão em situação de maior vulnerabilidade, social e económica, devem continuar a ter, no seu dia-a-dia, um apoio socioeducativo que contribua para o seu bem-estar físico, psicológico e sócio emocional.
A associação pede uma articulação com os municípios, outros organismos locais, diretores de escolas, agrupamentos escolares e associações de pais, para o reforço das medidas de apoio às crianças e jovens em risco, minorias étnicas, imigrantes e crianças com necessidades educativas especiais.
Como forma de garantir, estes e outros apoios, a Animar e a sua rede de organizações associadas, manifestam a sua disponibilidade para dialogar e cooperar com o Estado, “por forma a garantir a ativação de equipas de intervenção social multidisciplinar, que estruturem e coordenem respostas diferenciadas, de acordo com as necessidades identificadas”.
No entender deste grupo, devem ser os municípios, a dar esta resposta, em articulação com as entidades que intervêm localmente, tais como: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, as Instituições Particulares de Solidariedade Social, as Associações Locais, os Agrupamentos de Escolas, as Escolas TEIP, as Juntas de Freguesia, o movimento associativo, entre os quais as Associações de Emigrantes e as Associações Ciganas, entre outras.
Cada município, explica a Animar, deve criar uma linha telefónica, que centralize a identificação de casos de crianças e jovens com necessidade de apoio a diversos níveis, articulando com as respostas já existentes no território, através de um contacto regular e facilitado com as vítimas e agregados das crianças e jovens sinalizados, reforçando mecanismos de acompanhamento e respostas de emergência a estas famílias.
Nas recomendações da Animar consta a alocação de profissionais das AEC - Atividades de Enriquecimento Curricular, dos CAF – Centros de Apoio à Família, das AAAF - Atividades de Animação e de Apoio à Família, para uma mentoria de aprendizagem, junto de famílias sinalizadas, coordenada pelos organismos responsáveis pedagogicamente e em articulação com as Escolas, Diretores de Turma e Professores Titulares.
Por outro lado, defende uma efetiva democratização do acesso à tecnologia, disponibilizando equipamentos, informáticos (computadores, tablets) a quem não tenha acesso e internet gratuita aos agregados familiares sem capacidade de pagar o serviço, em parceria com empresas no âmbito da sua responsabilidade social.
Ainda em comunicado a Animar alerta para que não seja descorada a questão alimentar das crianças com uma efetiva articulação entre as entidades sociais que prestam o serviço de entrega de refeições ao domicílio e as escolas e municípios, no sentido de abrangerem os agregados familiares em situação de vulnerabilidade económica.
Advoga também que deve haver um alargamento do período escolar, por forma a garantir que os alunos em situação de vulnerabilidade que não tenham tido o necessário acompanhamento pedagógico não vejam os seus resultados escolares comprometidos e que seja criada uma linha de apoio financeiro dirigida a entidades da economia social, em especial às organizações que trabalham em contexto de desenvolvimento local, para que possam candidatar projetos para a criação destas redes de apoio.
Estas posições foram tomadas no âmbito do Grupo de Trabalho dedicado à temática “Educação, Cidadania e Igualdade”.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).