Foram os primeiros números da tragédia que começava então a ganhar forma em Itália que levaram Nuno Cruz, investigador do INESC TEC, a inscrever-se em diversas plataformas de engenharia para partilhar know-how e oferecer ajuda. Perante a falta de organização em torno de uma ideia comum, avançou para uma solução de ventilação sua, baseada num balão autoinsuflável.

Este investigador e a equipa técnica de reduzidas dimensões que o tem acompanhado no projeto criaram então um mecanismo automático que faz funcionar os balões autoinsufláveis, com o objetivo de administrar oxigénio ao doente, de forma controlada e monitorizada.

Depois de concluídos vários protótipos, a equipa responsável pelo PNEUMA já otimizou processos e está agora preparada, em conjunto com uma empresa parceira, para o início da produção. O objetivo é o número de 200 unidades fabricadas até meados do mês de maio.

Relativamente às possíveis aplicações desta solução nos profissionais de saúde, Nuno Cruz esclarece que ela é vista como uma alternativa aos ventiladores tradicionais e que poderá ser muito útil, nomeadamente em estruturas de retaguarda, em situações de transporte e se acontecer uma eventual sobrecarga dos hospitais, com utilização total do número de ventiladores disponíveis.

A linguagem e a expertise de engenheiros e médicos é distinta, e às naturais resistências iniciais a este ventilador por parte da comunidade médica tem-se seguido, de acordo com o coordenador do PNEUMA, a constatação que esta pode ser de facto uma alternativa viável.

De acordo com o coordenador do projeto, a versatilidade é também uma das grandes vantagens do PNEUMA, e poderá servir como base para, finda a pandemia de COVID-19, poder ser readaptado a outras futuras necessidades das unidades e dos profissionais de saúde.