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Covid-19: Junta condena "veementemente" recriação de compasso pascal numa rua em Barcelos

LUSA
13-04-2020 15:44h

A Junta de Martim, em Barcelos, condenou hoje "veementemente" o episódio registado no domingo na freguesia, em que populares recriaram na rua o "beijar da cruz", apesar das medidas de contingência decretadas por causa da pandemia da covid-19.

Em comunicado, a Junta refere que se tratou de "um ato isolado numa rua sem saída" e sublinha que "os martinenses não se identificam com aquele ato condenável e muito grave".

"A paróquia de Martim e os dois casais mordomos deste ano nada têm a ver com este episódio lamentável", acrescenta.

No domingo, uma mulher estava numa rua em Martim a dar uma cruz a beijar, numa espécie de recriação do compasso pascal.

O caso foi filmado e divulgado nas redes sociais.

Segundo se pode ver nas imagens, foram mais de 10 as pessoas que foram beijar a cruz, incluindo um casal com uma criança ao colo.

Após cada beijo, a mulher passava fugazmente um pano na cruz.

A GNR disse hoje à Lusa que já identificou os dois alegados promotores da iniciativa.

Os factos serão agora remetidos a tribunal.

De acordo com a fonte da GNR, em causa poderão estar os crimes de desobediência e/ou de propagação de doença contagiosa.

No comunicado hoje emitido, a Junta de Martim confirma que as autoridades sanitárias e de segurança "já estão a tratar devidamente do assunto".

"Os martinenses têm sido exemplares, como sempre o foram, e vão continuar a cumprir rigorosamente todas as recomendações das autoridades competentes", lê-se ainda no comunicado.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, quase 400 mil são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).

Dos infetados, 1.187 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 277 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.

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