A associação Europacolon defendeu hoje que para acabar com os mitos associados à colonoscopia é necessário motivar a população para os benefícios deste exame para prevenir o cancro colorretal, que causa 11 mortes por dia em Portugal.
Nas vésperas de se assinalar o Dia Europeu de Luta Contra o Cancro do Intestino (03 de novembro), a Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo pretende “uma vez mais desmistificar a realização de colonoscopias e sensibilizar a população para a importância da realização deste exame como forma de prevenir e diagnosticar atempadamente o cancro colorretal”.
A associação divulga as conclusões do estudo “Public Attitudes Towards Colonoscopy” (Atitudes públicas em relação à colonoscopia), segundo as quais os vários mitos e o desconhecimento dos benefícios da colonoscopia podem reduzir a probabilidade de este exame ser realizado por milhares de pessoas.
Este estudo, que resultou de um inquérito realizado a dois grupos distintos (quem nunca fez o exame e quem fez nos últimos cinco anos), pretendeu avaliar a atitude das pessoas em relação à realização da colonoscopia, o conhecimento sobre o procedimento e a informação sobre o exame.
Segundo o estudo, a maior parte dos inquiridos (94%) considerou o procedimento melhor ou igual ao expectável e apenas 6% consideram pior.
Verificou-se que o exame em si é a pior parte do processo para aqueles que nunca fizeram o exame (38%), enquanto que os que foram submetidos a uma colonoscopia salientaram a preparação intestinal como a pior fase (47%).
A colonoscopia está fortemente associada ao diagnóstico de uma doença intestinal ou cancro e, por isso, acaba por ser menos vista como um procedimento preventivo ou terapêutico, causando maior resistência por parte da população, refere o estudo,
Apesar da experiência da realização da colonoscopia ter sido considerada melhor do que o expectável, dois em cada cinco adultos ainda ficariam envergonhados de a fazer novamente.
“Para acabar com os mitos associados à colonoscopia é necessário alertar, informar e motivar a população, não só sobre o exame, mas também para as consultas de rotina, uma vez que os médicos têm um papel fundamental neste processo. É também fundamental haver igualdade de acessos, combater as assimetrias regionais e investir no desenvolvimento de profissionais de saúde e novas tecnologias”, sublinha no comunicado o presidente da Europacolon Portugal, Vitor Neves.
A colonoscopia é o único meio eficaz de rastreio do cancro colorretal porque, além de diagnosticar lesões avançadas, pode tratar lesões benignas (pólipos) com potencial maligno.
O exame permite reduzir até 40% o número de casos de cancro colorretal, doença que mata 1,2 milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo.