O secretário de Estado da Saúde admitiu hoje que é necessário reforçar a fiscalização de clínicas e unidades privadas com e sem convenções com o Serviço Nacional de Saúde.
Questionado sobre o caso do bebé de Setúbal que nasceu com malformações graves, o novo secretário de Estado reconheceu que "pode haver algumas disfuncionalidades no processo" em que a clínica realizava as ecografias.
"O circuito parece disfuncional, mas não vou adiantar mais nada até às conclusões do inquérito [em curso na Administração Regional de Saúde (ARS)]", afirmou António Sales aos jornalistas.
Em causa está o facto de a mãe do bebé Rodrigo ter feito as ecografias na clínica Ecosado com credenciais do serviço de saúde público quando a clínica não tinha qualquer convenção com o SNS.
As autoridades estão a tentar perceber de que forma era feito o pagamento e cobrado o dinheiro ao SNS, uma vez que não existia convenção.
António Sales indicou que o Governo pediu à ARS de Lisboa e Vale do Tejo celeridade no inquérito.
Contudo, reconheceu que "tem de se reforçar a área da fiscalização não só das convenções", mas dotando de mais meios as entidades fiscalizadoras, como a Entidade Reguladora da Saúde.
O secretário de Estado falava hoje aos jornalistas num centro de Saúde em Lisboa, onde se foi vacinar contra a gripe, em conjunto com a diretora-geral da Saúde e com o bastonário da Ordem dos Médicos.