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Covid-19: Indústria de soja do Brasil continuará a expandir exportações para a China – Associação

LUSA
10-04-2020 08:36h

A indústria brasileira de soja "não sofreu impacto" da pandemia da covid-19 e "continuará a expandir" as exportações para a China, o seu maior mercado, assegurou hoje a Associação Brasileira de Indústria de Óleo Vegetal (Abiove).

Segundo as previsões do economista-chefe da Associação brasileira, Daniel Amaral, o Brasil "está a esforçar-se para abastecer o seu mercado doméstico e garantir as exportações".

"As medidas de prevenção [contra a pandemia do novo] coronavírus não causaram nenhum obstáculo às exportações de soja", garantiu Amaral, no relatório mensal da Abiove.

A Associação manteve a sua previsão de colheita para 2020 num montante recorde de 123,7 milhões de toneladas, em comparação com 120 milhões em 2019.

"As vendas para a China continuam a expandir-se", afirmou Amaral, cuja associação reúne as empresas brasileiras que produzem soja, óleo de soja e farelo de soja.

A China é o destino de quase 75% das exportações brasileiras de soja, segundo dados da Abiove.

"O comércio internacional de soja voltará a crescer. As vendas do Brasil para a China estão em constante evolução", escreveu. "O Brasil é um parceiro histórico e estratégico para a China no setor da soja", realçou.

A Abiove assegurou ainda não ter registado impacto a nível logístico no transporte de soja para a China e outros destinos, apesar da pandemia.

No início de abril, a colheita de soja no Brasil atingiu 83% da área projetada para 2019-2020, segundo a consultora AgRural.

Em março, as exportações de soja aumentaram 38%, em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados do Governo brasileiro.

Apesar do acordo comercial assinado entre Pequim e Washington, em 15 de janeiro passado, e que prevê um aumento das importações chinesas de produtos agrícolas dos Estados Unidos, a China continuou a comprar soja brasileira.

O país asiático acelerou mesmo as suas compras de soja brasileira, à medida que a pandemia do novo coronavírus se alastrou, prevenindo-se contra eventuais interrupções no fornecimento, segundo dados do setor.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2019, as trocas comerciais entre os dois países ascenderam a 114.680 milhões de dólares (106.471 milhões de euros), um aumento de 3,49%, face ao ano anterior, sendo que a China exportou bens no valor de 35.476 milhões de dólares (32.936 milhões de euros), uma subida de 5,18%, e importou produtos cujo valor atingiu 79.203 milhões de dólares (73.513 milhões de euros), mais 2,76%.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 94 mil.

Dos casos de infeção, mais de 316 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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