O vereador do BE na Câmara de Lisboa, responsável pelo pelouro da Educação, propôs um investimento de 1,5 milhões de euros para adquirir computadores e ‘routers’ para alunos do 1.º ciclo que não tenham acesso a estes equipamentos.
De acordo com a informação disponibilizada pela vereação da Educação, Lisboa tem 84 escolas básicas públicas, com um total de 13.568 alunos de 1.º ciclo que, com o encerramento dos estabelecimentos de ensino em 16 de março, devido à pandemia de covid-19, estão a ter aulas à distância.
“Depois de um levantamento exaustivo feito nas escolas sob alçada do município, estamos agora em condições de afirmar que há, pelo menos, 3.050 alunos do 1.º ciclo sem acesso a computador, tablet e/ou Internet de banda larga. Acresce a este número uma quantidade significativa de jovens que, tendo acesso doméstico a um dispositivo, têm, porém, de partilhá-lo com irmãos e/ou familiares em teletrabalho”, lê-se numa nota divulgada pelo gabinete de Manuel Grilo.
Nesse sentido, o BE - que tem um acordo de governação do concelho com o PS – pretende que a Câmara, liderada pelo socialista Fernando Medina, mobilize 1,5 milhões de euros do orçamento municipal para adquirir computadores e ‘routers’ 4G, dando resposta às crianças do 1.º ciclo em situação de maior vulnerabilidade.
"A telescola é uma solução bem-vinda, mas insuficiente para estes alunos, que permanecerão numa situação de franca desigualdade perante os colegas com acesso a recursos digitais e interação regular com a escola e os professores”, defende Manuel Grilo, citado no comunicado.
“Apenas este complemento tecnológico permitirá assegurar que todos os alunos têm acesso a ferramentas que mitiguem os efeitos perversos da pandemia, nomeadamente no que diz respeito ao previsível aumento das desigualdades em contexto escolar”, reforça o autarca.
A proposta dos bloquistas, feita diretamente ao presidente da Câmara, inclui também o acesso remoto a obras do Plano Nacional de Leitura e a implementação de medidas que mitiguem o efeito de violência doméstica sobre crianças e jovens em confinamento, refere a nota.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).