O Governo moçambicano anunciou hoje que passa a ser obrigatório o uso de máscaras nos transportes e em aglomerações de pessoas, medidas que visam evitar a propagação do novo coronavírus no país.
As medidas estão incluídas num novo decreto que altera alguns artigos de um primeiro documento aprovado pelo executivo moçambicano em 02 de abril, segundo Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, que se realizou hoje em Maputo em sessão extraordinária.
"A grande questão com que o Governo se debate é a proteção da vida humana e todas estas medidas visam proteger as pessoas. Entretanto, há que fazer esta combinação sem criar situações de crise económica", afirmou o porta-voz do Governo moçambicano.
Além do uso de máscaras nos transportes públicos e privados, o decreto suspende a proibição dos serviços de táxi por motos e bicicletas, após várias contestações de operadores, principalmente nas províncias do centro e norte do país.
Nas novas medidas, os serviços de táxi por motos e bicicletas podem funcionar, mas mediante o uso de máscaras pelos ocupantes.
Por outro lado, o Governo moçambicano suspende o artigo que obrigava os operadores de furgões e autocarros a levarem apenas um terço da lotação, abrindo espaço para que levem a lotação máxima do veículo, mas mediante o uso obrigatório de máscaras pelos passageiros.
O número de casos registados oficialmente de infeção pelo novo coronavírus em Moçambique subiu de 10 para 17, mas ainda não há registo de mortes pela doença no país, anunciou hoje o Ministério da Saúde.
O país vive em estado de emergência durante todo o mês de abril, com espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações.
Durante o mesmo período, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África ultrapassou as 500, com mais de 10.500 casos de infeção registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia no continente.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.