O secretário-geral das Nações Unidas criticou hoje as declarações feitas pelo Presidente dos Estados Unidos, na terça-feira, sobre atuação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à pandemia, considerando que “agora é a hora da unidade”.
Quando a pandemia da doença provocada pelo SARS-CoV-2 terminar, "haverá tempo" para avaliar a atuação da OMS, mas "agora é a hora da unidade, para a comunidade internacional trabalhar em conjunto, em solidariedade", sublinhou António Guterres, citado pelo seu porta-voz, Stéphane Dujarric, segundo a agência France-Presse.
Guterres considera que apenas desta forma será possível mitigar as "consequências devastadoras" da pandemia, que "não tem precedentes" e, por isso, precisa de uma "resposta sem precedentes".
O secretário-geral da ONU criticou as declarações feitas pelo chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, considerando que "é possível que diferentes leituras sejam feitas" com as mesmas informações disponíveis.
Na terça-feira, o Presidente dos Estados Unidos, disse, através de uma publicação na rede social Twitter, que a "OMS estragou tudo" no que diz respeito à administração do combate contra a pandemia.
Donald Trump considerou que apesar de a OMS ser "em grande parte financiada pelos Estados Unidos", estava "muito centrada na China".
Os EUA vão "olhar com atenção para isso", referiu Trump.
O chefe de Estado norte-americano também ameaçou suspender a contribuição do país para aquele órgão das Nações Unidas.
O SARS-CoV-2, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.
Os Estados Unidos registaram mais de 400.000 pessoas contagiadas pela doença covid-19 e contabilizaram mais de 13.000 mortos.