O provedor da Misericórdia de Foz Côa admitiu hoje que vai recorrer a bolsa de voluntários ou a pessoas inscritas nos centros emprego para colmatar a falta de pessoal que habitualmente trata dos idosos no lar daquela instituição.
"Apesar de a situação estar mais controlada, será necessário recorrer a bolsas de voluntariado ou a pessoas que estão inscritas nos centro de emprego, para tratar dos utentes que estão no lar e em outros espaços geridos pela Misericórdia para fazer, assim, face às necessidades diárias", disse hoje à Lusa António Morgado.
Segundo o responsável, para já a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda, conta com o auxílio de 17 voluntários, que regressam aos seus destinos no domingo de Páscoa, depois de passarem vários dias a colaborarem com a instituição.
António Morgado adiantou que procedeu à contratação de mais dois enfermeiros, "mas que serão necessárias mais pessoas para trabalhar no lar, devido ao número de auxiliares infetados pelo novo coronavírus".
"Dos 30 funcionários do Lar Nossa Senhora Veiga, gerido pela Misericórdia de Foz Côa, 19 testaram 'positivo' para a covid-19", precisou o responsável.
A instituição contabiliza 45 utentes infetados pelo coronavírus e cinco utentes já morrem devido à infeção provocada pela covid-19, em que as idades se situam entre os 85 e os 100 anos.
Segundo o provedor, "todos" os utentes e funcionários do lar da Misericórdia já foram testados, bem como pessoas das suas relações pessoais, contudo sem adiantar sem quantificar.
Os 11 utentes que restaram negativo vão, agora, ser transferidos das Instalações do Centro de Gestão Agrícola, um espaço cedido pela autarquia, para um outro espaço da responsabilidade da Misericórdia "com melhores condições".
Este lar encontra-se em regime de isolamento, tendo já sido alvo de um processo de desinfeção levado a cabo por uma empresa especializada, medida que foi estendida a outros locais daquela cidade do Douro Superior.
O primeiro foco de infeção neste lar foi registado no dia 25 de março.
Portugal, onde os primeiros casos de covid-19 confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois de ter sido prolongado a 03 de abril.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.