Os cerca de 200 utentes dos lares da Misericórdia da Figueira da Foz foram hoje contemplados com um concerto do músico Miguel Agostinho, transmitido diretamente da sua residência em Oleiros.
“Queremos manter as pessoas entretidas”, disse à agência Lusa o provedor da instituição, Joaquim de Sousa, realçando que iniciativas como esta poderão “ajudar a desanuviar um bocadinho o ambiente”, face às restrições impostas pela pandemia da covid-19.
A Santa Casa da Misericórdia – Obra da Figueira, no distrito de Coimbra, integra dois lares de idosos e um de raparigas com menos de 18 anos, que totalizam quase duas centenas de utentes.
O teclista e acordeonista Miguel Agostinho, que nos últimos anos participou noutros programas da instituição, a par de Quim Barreiros, dedicou o espetáculo de hoje aos residentes e funcionários dos lares.
O concerto gratuito começou às 15:30 e foi transmitido em direto no Canal da Misericórdia no Youtube.
Nesta obra social, segundo Joaquim de Sousa, não foi registado até ao momento qualquer caso de infeção por covid-19 entre os utentes, trabalhadores e dirigentes.
“Tomámos as primeiras medidas logo no início de março”, disse o provedor.
No dia 27, Miguel Agostinho divulgou uma posição, dirigida ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a situação dos músicos na sequência da declaração do estado de emergência e do combate à covid-19.
“Fomos os primeiros a ficar sem trabalho, porque os estabelecimentos tiveram de fechar as portas”, refere o artista de Oleiros, no distrito de Castelo Branco.
Afirma ainda que a música “não está a ser valorizada minimamente” em Portugal, e pede ao público, ao Governo e demais órgãos de soberania para encararem estes profissionais “com outros olhos”.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes por covid-19, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.