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Covid-19: Governo dos Açores diz que "não é momento de lançar números" sobre impacto no PIB

LUSA
08-04-2020 18:20h

O vice-presidente do Governo dos Açores considerou hoje que ainda “não é momento de lançar números” sobre os impactos na economia da covid-19, que os empresários estimam em 20% do PIB regional (870 milhões de euros).

Em declarações à agência Lusa, Sérgio Ávila considerou que “não é o momento” para se proceder a previsões do impacto da pandemia de covid-19 na economia porque “ninguém, à escala regional, europeia e mundial pode, com rigor, fazer qualquer previsão sobre impactos globais”.

Na segunda-feira, a plataforma de parceiros sociais dos Açores reivindicou uma intervenção solidária do Governo da República de 430 milhões de euros para que a região possa fazer face aos impactos económicos da covid-19.

O porta-voz da plataforma, Mário Fortuna, considerou que “só o impacto direto no turismo vai implicar uma quebra de 10% no Produto Interno Bruto (PIB) dos Açores”, ou seja, cerca de 400 milhões de euros.

Para Mário Fortuna, o impacto desta crise nos Açores “não deverá ser inferior a cerca de 20% do PIB regional, um valor de 870 milhões de euros”, sendo que a existência de “outras abordagens menos ambiciosas implica conviver com alguma recuperação e muito desemprego”.

Sérgio Ávila explica que existe um conjunto de “parâmetros e variáveis que ninguém, com o mínimo de rigor, domina neste momento”.

“Acho que não é o momento, porque não existem dados nem parâmetros minimamente seguros para se poder fazer qualquer previsão de impactos na economia. Não é momento de lançar números que não têm uma base mínima de rigor”, declarou o governante com a tutela das Finanças e da Economia.

A Autoridade de Saúde dos Açores informou hoje que foi diagnosticado um novo caso positivo de covid-19 no arquipélago, na ilha Graciosa, elevando para 72 o número total de infetados na região.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

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