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Covid-19: Melgaço condena “falta de informação objetiva” de infetados nos municípios

LUSA
08-04-2020 15:10h

O presidente da Câmara de Melgaço condenou hoje a "falta de informação objetiva" sobre os casos de covid-19 no distrito de Viana do Castelo, dados que classificou como "fundamentais" para o trabalho das autarquias e "tranquilização" das populações.

"Tenho afirmado, desde o início, que há falta de informação. Não sei qual a razão, porventura até por incapacidade operacional da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) ou da Direção-Geral da Saúde (DGS), não sei exatamente de quem", afirmou hoje Manoel Batista.

Contactado pela agência Lusa, a propósito do cerco sanitário à aldeia de Parada do Monte que se vai manter até à próxima semana, o autarca socialista defendeu que "já deveriam ter sido criadas condições para que esta informação chegasse como deveria chegar aos municípios".

"Não temos recebido o que seria desejável. Tal como a nível nacional, todos os dias se faz uma conferência de imprensa dando nota de todos os casos, com critérios e itens muito concretos, essa informação deveria ser desagregada e deveria ser dada também para o distrito e para cada município. Não tem chegado essa informação. Tem-se melhorado alguma informação, mas continua a ser pouco agregada, pouco objetiva para que possamos ter aqui um instrumento fundamental, com dados concretos", reforçou.

Segundo Manoel Batista, "o número de casos positivos no município que ainda hoje chegou da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) diz que há 13 pessoas infetadas" com o novo coronavírus, mas "a informação fidedigna" que a autarquia "vai tratando, todos os dias, diz que existem 18 casos" de covid-19.

"A informação objetiva, respeitando os direitos à privacidade de cada pessoa, é fundamental para planearmos o trabalho, para que as pessoas tenham a noção exata do que está a acontecer. É fundamental para que haja um cenário de desdramatização social", apontou.

Para o autarca, "é importante que as pessoas saibam exatamente que número" de infetados "existe no seu município e, em cada uma das freguesias", considerando que essa informação contribui para "a tranquilização das pessoas e para que percebam a dimensão real e de que é preciso continuar a acautelar".

A ULSAM é constituída por dois hospitais: o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente superior a 244 mil pessoas, contando com 2.500 profissionais, entre os quais 501 médicos e 892 enfermeiros.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil. Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), registaram-se 380 mortes e 13.141 casos de infeções confirmadas, dos quais 196 já recuperaram.

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