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Covid-19: PM da Eslováquia acusa UE de não ajudar o país a combater a pandemia

LUSA
08-04-2020 14:41h

O primeiro-ministro da Eslovénia, o nacionalista Janesz Jansa, acusou hoje a União Europeia de não ajudar o país a combater a pandemia e elogiou “amigos da região”, como a Hungria e a Polónia, pelas ofertas de ajuda.

“Durante todo este tempo, desde o início da pandemia, não recebemos da União Europeia (UE) uma única máscara, uma única peça de equipamento de proteção, um único ventilador”, escreveu o chefe do Governo esloveno na rede social Twitter.

Perante a pandemia causada pelo novo coronavírus, acrescentou, a Eslovénia tem de valer-se “a si própria” e com “os amigos da região”, destacando a Hungria e a Polónia que “ofereceram ajuda”.

“Telefonei ao primeiro-ministro [polaco, Mateusz] Morawiecki e ofereceu ajuda de equipas médicas polacas em caso de necessidade. Na sexta-feira chegou, sem alarde, ajuda da Hungria, 5.000 fatos de proteção e 100.000 máscaras”, escreveu.

Janesz Jansa, aliado do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, cumpre um terceiro mandato não consecutivo como primeiro-ministro da Eslovénia, depois de vencer, sem maioria, as eleições de 2018 com uma campanha marcada pelo discurso eurocético e anti-imigração.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, que provoca a covid-19, tomou medidas criticadas por organizações não-governamentais e ‘media’ independentes como limitadoras das liberdades fundamentais.

Embora não tenha decretado o estado de emergência, o parlamento aprovou legislação proposta pelo Governo que permite por exemplo à polícia entrar em casa de qualquer cidadão, sem mandato judicial, para verificar o cumprimento das medidas de confinamento.

Outra das medidas tomadas foi a suspensão das conferências de imprensa, mesmo que por videoconferência, por “perigo de contágio”.

Janesz Jansa anunciou na terça-feira estar a avaliar o levantamento gradual de algumas das restrições em vigor no país, se se mantiver a tendência de redução de novos casos de infeção.

"Os resultados positivos permitem-nos avaliar e preparar um levantamento gradual e ligeiro das restrições a partir da próxima terça-feira (14 de abril) se estiverem reunidas as condições", afirmou.

Com fronteira com a Itália, o país do mundo com mais mortes associadas à covid-19, a Eslovénia registava até segunda-feira 1.055 casos de infeção e 36 mortes.

O novo coronavírus, surgido em dezembro, na China, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, mais de 82 mil das quais morreram.

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